PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Luanda acolhe nova reunião sobre segurança nos Grandes Lagos
Luanda, Angola (PANA) - A capital angolana, Luanda, acolhe esta quarta-feira uma nova reunião do Comité de Ministros da Defesa da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) para analisar a situação de segurança na região.
Segundo fonte oficial, o encontro convocado pelo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, na sua qualidade de presidente em exercício da CIRGL, vai apreciar os relatórios dos comités militar e dos serviços de Informação e Segurança da organização regional.
Esta reunião tem lugar numa altura de forte tensão política e militar na República Democrática do Congo (RDC) onde conflitos étnicos e tribais nas províncias do Kassai e Kassai Central provocaram uma nova vaga de refugiados na vizinha Lunda-Norte (nordeste de Angola).
As autoridades angolanas estimam terem já acolhido mais de 30 mil cidadãos congoleses desde o início da violência étnica e política no país vizinho, em meados de abril passado.
Segundo o ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, o seu Governo já gastou mais de três milhões de dólares americanos para apoiar os mesmos refugiados, prevendo despender mais ainda se a instabilidade prevalecer no leste congolês.
Chikoti fez estas revelações durante a visita que o seu homólogo congolês, Leonard She Okitundu, efetuou a Angola, semana passada, para constatar a situação no terreno e estudar com as autoridades locais possíveis soluções para os refugiados e para a atual crise política no seu país.
O governante angolano esclareceu que os refugiados estão a ser acolhidos "com a máxima dignidade possível" e que os mais de três milhões de dólares americanos já desembolsados serviram para atender à componente de logística, com realce para alimentos, medicamentos e tendas para os refugiados instalados junto à fronteira angolana, na Lunda-Norte.
Caso persista a atual situação no leste da RDC, afirmou, Angola vai despender mais de 500 milhões de kwanzas angolanos para continuar a acudir os refugiados congoleses (um dólar americano equivale a cerca de 170 kwanzas angolanos).
“Os refugiados estão a ser bem acolhidos da parte angolana. Está-se a proceder à sua transferência da zona fronteiriça para mais dentro de Angola, de acordo com as normas internacionais que prevêem que estejam mais 50 de quilómetros no território angolano”, realçou.
Georges Chikoti explicou que o seu Governo pretende assegurar que os refugiados tenham as melhores condições de receção, alimentação, tratamento médico condigno e alojamento, lembrando que muitos deles "estão a chegar feridos ao território angolano".
No quadro da sua visita a Angola, Leonard Okitundu deslocou-se à Lunda Norte, para constatar a real situação dos refugiados e ver quão ampla, complexa e séria é a dimensão do problema”.
Na ocasião, ele deu a conhecer que o seu Governo está a trabalhar na criação de "mecanismos eficazes" para reduzir o fluxo de entrada maciça de refugiados no território angolano, por causa de conflitos étnicos e políticos em Kassai e Kassai Central.
Considerando de “triste, grave e dolorosa" a atual situação que se vive no seu país, Okitundu
disse que, tão logo ele regresse a Kinshasa, vai discutir, ao mais alto nível, sobre as vias para se encontrar as soluções que permitam devolver a paz e a segurança ao povo.
Contudo disse acreditar que a permanência de refugiados da RDC em Angola pode levar algum tempo, uma vez que, justificou, a crise política no seu país carece de um estudo aturado para se encontrar as reais causas dos conflitos que provocam inúmeras vítimas humanas, sobretudo mulheres e crianças que são submetidas a assassinatos e mutilações.
Como primeira autoridade governamental da RDC a visitar Angola para se inteirar da situação dos refugiados congoleses concentrados na Lunda-Norte, Leonard Okitundu, que é igualmente vice-primeiro-ministro, disse ter reunido "todas as informações importantes" a transmitir ao Presidente Joseph Kabila.
Pouco antes da viagem do chefe da diplomacia congolesa, o Governo de Angola emitiu um comunicado em que chama a atenção para a necessidade do envolvimento da comunidade internacional e de um maior empenho das autoridades da RDC na reposição da normalidade.
A nota apela a organismos como a CIRGL, a SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, a CEAC (Comunidade dos Estados da África Central (CEAC), da União Africana (UA) e a Organização das Nações Unidas (ONU) para encetarem ações políticas, diplomáticas e outras suscetíveis de concorrer para a solução do grave problema da RDC.
A província angolana da Lunda-Norte tem uma população de 862 mil e 566 habitantes, de acordo com dados oficiais, contra os cerca de 29 milhões de habitantes das cinco províncias da RDC com que partilha a fronteira (Kassai, Kassai Central, Kwango, Lualuaba e Kwilo).
A fronteira entre a Lunda-Norte e estas cinco províncias da RDC é de 770 quilómetros, dos quais 650 quilómetros terrestres e 120 quilómetros fluviais.
-0- PANA IZ 23maio2017
Segundo fonte oficial, o encontro convocado pelo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, na sua qualidade de presidente em exercício da CIRGL, vai apreciar os relatórios dos comités militar e dos serviços de Informação e Segurança da organização regional.
Esta reunião tem lugar numa altura de forte tensão política e militar na República Democrática do Congo (RDC) onde conflitos étnicos e tribais nas províncias do Kassai e Kassai Central provocaram uma nova vaga de refugiados na vizinha Lunda-Norte (nordeste de Angola).
As autoridades angolanas estimam terem já acolhido mais de 30 mil cidadãos congoleses desde o início da violência étnica e política no país vizinho, em meados de abril passado.
Segundo o ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, o seu Governo já gastou mais de três milhões de dólares americanos para apoiar os mesmos refugiados, prevendo despender mais ainda se a instabilidade prevalecer no leste congolês.
Chikoti fez estas revelações durante a visita que o seu homólogo congolês, Leonard She Okitundu, efetuou a Angola, semana passada, para constatar a situação no terreno e estudar com as autoridades locais possíveis soluções para os refugiados e para a atual crise política no seu país.
O governante angolano esclareceu que os refugiados estão a ser acolhidos "com a máxima dignidade possível" e que os mais de três milhões de dólares americanos já desembolsados serviram para atender à componente de logística, com realce para alimentos, medicamentos e tendas para os refugiados instalados junto à fronteira angolana, na Lunda-Norte.
Caso persista a atual situação no leste da RDC, afirmou, Angola vai despender mais de 500 milhões de kwanzas angolanos para continuar a acudir os refugiados congoleses (um dólar americano equivale a cerca de 170 kwanzas angolanos).
“Os refugiados estão a ser bem acolhidos da parte angolana. Está-se a proceder à sua transferência da zona fronteiriça para mais dentro de Angola, de acordo com as normas internacionais que prevêem que estejam mais 50 de quilómetros no território angolano”, realçou.
Georges Chikoti explicou que o seu Governo pretende assegurar que os refugiados tenham as melhores condições de receção, alimentação, tratamento médico condigno e alojamento, lembrando que muitos deles "estão a chegar feridos ao território angolano".
No quadro da sua visita a Angola, Leonard Okitundu deslocou-se à Lunda Norte, para constatar a real situação dos refugiados e ver quão ampla, complexa e séria é a dimensão do problema”.
Na ocasião, ele deu a conhecer que o seu Governo está a trabalhar na criação de "mecanismos eficazes" para reduzir o fluxo de entrada maciça de refugiados no território angolano, por causa de conflitos étnicos e políticos em Kassai e Kassai Central.
Considerando de “triste, grave e dolorosa" a atual situação que se vive no seu país, Okitundu
disse que, tão logo ele regresse a Kinshasa, vai discutir, ao mais alto nível, sobre as vias para se encontrar as soluções que permitam devolver a paz e a segurança ao povo.
Contudo disse acreditar que a permanência de refugiados da RDC em Angola pode levar algum tempo, uma vez que, justificou, a crise política no seu país carece de um estudo aturado para se encontrar as reais causas dos conflitos que provocam inúmeras vítimas humanas, sobretudo mulheres e crianças que são submetidas a assassinatos e mutilações.
Como primeira autoridade governamental da RDC a visitar Angola para se inteirar da situação dos refugiados congoleses concentrados na Lunda-Norte, Leonard Okitundu, que é igualmente vice-primeiro-ministro, disse ter reunido "todas as informações importantes" a transmitir ao Presidente Joseph Kabila.
Pouco antes da viagem do chefe da diplomacia congolesa, o Governo de Angola emitiu um comunicado em que chama a atenção para a necessidade do envolvimento da comunidade internacional e de um maior empenho das autoridades da RDC na reposição da normalidade.
A nota apela a organismos como a CIRGL, a SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, a CEAC (Comunidade dos Estados da África Central (CEAC), da União Africana (UA) e a Organização das Nações Unidas (ONU) para encetarem ações políticas, diplomáticas e outras suscetíveis de concorrer para a solução do grave problema da RDC.
A província angolana da Lunda-Norte tem uma população de 862 mil e 566 habitantes, de acordo com dados oficiais, contra os cerca de 29 milhões de habitantes das cinco províncias da RDC com que partilha a fronteira (Kassai, Kassai Central, Kwango, Lualuaba e Kwilo).
A fronteira entre a Lunda-Norte e estas cinco províncias da RDC é de 770 quilómetros, dos quais 650 quilómetros terrestres e 120 quilómetros fluviais.
-0- PANA IZ 23maio2017