Agência Panafricana de Notícias

Líderes africanos em Londres para discutir crise financeira

Nairobi- Quénia (PANA) -- O primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, e o seu homólogo etíope, Meles Zenawi, estiveram com uma delegação de eminentes líderes africanos em Londres para discutir o futuro de África numa altura em que os efeitos da crise económica mundial comecem a fazer-se sentir no continente.
Os dois líderes africanos encontraram-se segunda-feira com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, para uma reunião de preparação da Cimeira do G20 prevista para inícios de Abril próximo na Grã-Bretanha.
Eles evocaram novas estratégias a instaurar para ajudar o mundo, incluindo África, a fazer face à crise económica mundial que assola as economias ocidentais.
O primeiro-ministro etíope, muito informado sobre a crise económica mundial, preconiza um maior apoio do Ocidente a África para lhe permitir fazer face à crise.
A crise financeira comprometeu as perspectivas de crescimento da maioria das economias africanas, com a queda dos preços dos géneros alimentícios de primeira necessidade, a baixa dos rendimentos do turismo no Quénia e a redução sem precedente dos preços das flores na Tanzânia.
A Grã-Bretanha vai acolher a Cimeira do G20 que vai reunir as 20 maiores economias do mundo.
A cimeira vai reunir os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais dos países que compõem o agrupamento.
O presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, deverá falar em nome de África por ocasião da cimeira que deverá permitir alcançar um consenso sobre a natureza das reformas económicas e financeiras a aplicar para estimular o crescimento económico.
Este ano, a Grã-Bretanha convidou África para participar pela primeira vez numa Cimeira do G20, o que deverá ser determinante na edificação da futura economia mundial pela qual importantes decisões a níveis macro e microeconónimo serão tomadas.
Durante um encontro dos líderes africanos em Fevereiro passado em Addis Abeba, na Etíopa, Meles declarou que as economias africanas mereciam um melhor tratamento por parte dos Estados Unidos, da Grã- Bretanha e da União Europeia.
"Nos países desenvolvidos, um banco considerado bastante importante por falir recebe mais ajuda que África inteira", denunciou o primeiro-ministro etíope.
A economia africana, que regista uma taxa de crescimento de 7 por cento em média, deverá perder 3 por cento este ano devido à crise financeira que ocasionou um retardamento económico à escala mundial.
Na cimeira do G20 em Londres os dirigentes africanos deverão defendem um maior acesso ao financiamento e pedir o apoio das potências ocidentais para instaurar um plano de relançamento da economia africana.