Agência Panafricana de Notícias

Líder religioso senegalês proíbe ensino de francês na sua jurisdição

Dakar- Senegal (PANA)-- O líder dos Mourides (maior confraria religiosa muçulmana do Senegal), Serigne Bara Mbacké, proibiu a reabertura das escolas francesas em Touba, uma cidade situada no centro do país, noticiaram vários jornais senegaleses.
"Está fora de questão implementar no perímetro da cidade santa de Touba uma escola onde se ensina o francês", declarou Mbacké terça- feira à imprensa, acrescentando que "não posso admitir a substituição do ensino corânico pelo francês".
O líder religioso defendeu que estas escolas francesas foram construídas por "simples ignorância", sublinhando a sua determinação a "combater esta forma de ensino (o francês)" na cidade santa de Touba, a capital da confraria Mouride, cuja população se estima em um milhão de habitantes.
Estas escolas, construídas em 1996, foram encerradas pelo predecessor e tio paterno de Serigne Bara Mbacké, o defunto Serigne Saliou Mbacké, falecido em Dezembro de 2007.
As declarações de Serigne Bara Mbacké seguem-se às do ministro da Educação Nacional, Kalidou Diallo, segundo as quais o guia religioso tinha autorizado a reabertura das escolas francesas.
O Presidente senegalês, Abdoulaye Wade, retomou segunda-feira as declarações do ministro Diallo durante a assembleia geral da Associação das Coligações Nacionais para Educação para Todos em África (ANCEFA).
"O líder dos Mourides reclama a mim por escolas de ensino do programa francês, de escolas franco-árabes, de Daaras (escolas corânicas modernas) que combinem o ensino árabe, da religião, e de outras línguas, nomeadamente o francês e o inglês", disse o chefe de Estado senegalês.
Os seus pronunciamentos foram imediatamente desmentidos pelos responsáveis próximos do guia religioso que reafirmaram a interdição, pelo seu guia, de escolas francesas em Touba, a segunda cidade mais povoada do país.