Líder rebelde declara "Estado de emergência" na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) – O líder da rebelião líbia baseado no leste do país, marechal Khalifa Hafatar, declarou o "Estado de emergência" e a mobilização geral para conter a Turquia, depois da aprovação pelo Parlamento deste país de uma moção que autoriza o envio de tropas para a Líbia, em virtude de protocolos de acordos assinados com o Governo líbio.
"É a confrontação, a aceitação do desafio, a aliança, a rejeição das nossas divergências entre nós, declaramos a djihad, o Estado de emergência, a mobilização de massas e o porte de armas pelos homens, pelas mulheres, pelos soldados e pelos civis”, afirmou o marechal Haftar.
Num discurso proferido sábado à noite, Khalifa Haftar respondia à aprovação pelo Parlamento turco do envio de forças para a Líbia para apoiar as forças do Governo líbio.
Acrescentou que "a libertação de Tripoli já não faz dúvida por parte do povo líbio, das suas Forças Armadas e do Mundo, depois que o terrorismo esgotou toda a sua energia desde a 4 de abril e sofreu ataques dolorosos que lhe fizeram perder a maioria dos seus combatentes e dos seus equipamentos”.
A escalada militar aumentou nos últimos dias em redor de Tripoli com a intensificação dos combates que continuam, desde a 4 de abril último, depois da ofensiva lançada pelas tropas do marechal Khalifa Haftar para controlar a capital líbia, sede do Governo presidido por Fayez alSarraj e reconhecido pela comunidade internacional.
No seu discurso emitido pela televisão, o marechal Khalifa Haftar apelou ao povo turco para se revoltar contra o Presidente Recep Tayyip Erdogan, que ele descreveu como “um aventureiro que levou o seu Exercito à destruição e inflamou a discórdia entre os muçulmanos e os povos da região para satisfazer os seus caprichos”.
Enviou uma mensagem aos Árabes, advertindo-os que uma "guerra nacional foi desencadeada pelo sultão turco em toda a região, visando a identidade árabe do oeste à leste”, exortando-os “a responder como lhes merece para escrever novamente a história”.
A 27 de novembro de 2019, a Turquia e o Governo líbio assinaram dois acordos, o primeiro sobre a delimitação das zonas marítimas e o segundo sobre a segurança e a cooperação militar que suscitaram oposições aos níveis local, regional e internacional.
O Governo líbio justifica a assinatura dos seus acordos com a Turquia pelas ingerências estrangeiras, no país e a presença de mercenários russos, sudaneses e tchadianos junto de Haftar bem como pelo apoio militar prestado por países árabes como os Emirados Árabes Unidos e o Egito.
Quinta-feira, em Ankara, o Parlamento turco aprovou uma moção que autoriza o Presidente Recep Tayyip Erdogan a enviar forças militares para apoiar o Governo, em Tripoli.
-0- PANA BY/JSG/SOC/MAR/IZ 05jan2020