PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Líder de congregação religiosa constituído arguido em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - O líder da Congregação Reformada dos Adventistas do 7º Dia de Tendas (CRASDT) em Cabo Verde, Inácio Cunha, foi constituído arguido depois de ouvido quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), tendo ficado sob Termo de Identidade e Residência, apurou a PANA, na cidade da Praia, de fonte segura.
A informação da audição de Inácio Cunha, autointitulado “profeta” da igreja por ele fundada em 2003, foi divulgada em conferência de imprensa pelo juiz suspenso Amândio Brito que, terça-feira, anunciara a sua saída da magistratura judicial cabo-verdiana após as confissões da sua alegada participação em orgias, práticas de incesto e consumo de álcool e drogas.
Amândio Brito, que se apresentou como representante da CRASDT no que diz respeito a questões jurídicas, confirmou ainda que, no mesmo dia, oito crianças e adolescentes que estavam no centro de acolhimento no bairro de Ponta d'Água foram retiradas da instituição e acolhidas no Centro de Emergência Infantil do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), na capital cabo-verdiana.
Ele revelou também que o centro de acolhimento foi encerrado e que a CRASDT respeita a decisão judicial de retirar as crianças do local e colocá-las ao cuidado de uma instituição de proteção das crianças e dos adolescentes.
No entanto, o jurista lamentou que isso tivesse sido feito apenas verbalmente por um dos procuradores presentes na operação, que envolveu ainda técnicos do ICCA.
Ele desmentiu as denúncias de alegados maus-tratos, abusos e castigos infligidos a crianças, dizendo que queixas do tipo existem há vários anos, e que já foram feitas várias investigações sobre isso e que não foi a primeira vez que a curadoria de menores esteve no centro.
O juiz considerou que se trata de rumores, assinalando no entanto que os responsáveis da igreja estão serenos e dispostos a prestar todas as informações para que se faça justiça neste caso.
Amãndio Brito disse ainda que a CRADST colaborou com a justiça, acusando o procurador Albertino Mendes de atuar fora da lei, ao forçar a entrada na sua residência, situada no bloco ao lado da congregação, alegando que o mandado não legitimava essa operação.
Disse ter recordado ao procurador em causa não ser permitida a entrada na casa de um juiz sem a presença do presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial, mas que este, mesmo assim, ordenou o arrombamento da porta e a entrada forçada no seu domicílio.
“É claro que nós assumimos as nossas culpas pelos erros cometidos, razão pela qual confessamos publicamente às nossas culpadas”, afirmou o juiz que exercia funções na Comarca da Praia, subinhando querer que o processo seja conduzido em termos legais, “para se evitar que se entre na senda de ódios”.
No que se refere ainda à constituição do líder da congregação, Inácio Cunha, que até ao momento se escusou a falar à comunicação social, avançou que a decisão foi tomada pela secretaria da Polícia Judiciária, mas que não foram avançados detalhes sobre a acusação.
As investigações sobre a CRASDT surgiram depois de vários fiéis, entre os quais o juiz Amândio Brito, uma sua irmã médica na ilha do Fogo, e um procurador da República, terem divulgado publicamente "confissões" com detalhes da sua alegada participação em orgias, práticas de incesto e consumo de álcool e drogas e referências a violência e coação sobre os fiéis, maus tratos físicos e abusos às crianças do centro de acolhimento.
Tanto o juiz como a médica foram alvo de processos disciplinares e suspensos preventivamente.
O juiz anunciou entretanto a sua saída da magistratura e o procurador da República pediu a sua exoneração do cargo, devendo, entretanto, a sua conduta ser analisada numa reunião do Conselho Superior do Ministério Público convocada para esta quinta-feira.
-0- PANA CS/DD 16junho2016
A informação da audição de Inácio Cunha, autointitulado “profeta” da igreja por ele fundada em 2003, foi divulgada em conferência de imprensa pelo juiz suspenso Amândio Brito que, terça-feira, anunciara a sua saída da magistratura judicial cabo-verdiana após as confissões da sua alegada participação em orgias, práticas de incesto e consumo de álcool e drogas.
Amândio Brito, que se apresentou como representante da CRASDT no que diz respeito a questões jurídicas, confirmou ainda que, no mesmo dia, oito crianças e adolescentes que estavam no centro de acolhimento no bairro de Ponta d'Água foram retiradas da instituição e acolhidas no Centro de Emergência Infantil do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), na capital cabo-verdiana.
Ele revelou também que o centro de acolhimento foi encerrado e que a CRASDT respeita a decisão judicial de retirar as crianças do local e colocá-las ao cuidado de uma instituição de proteção das crianças e dos adolescentes.
No entanto, o jurista lamentou que isso tivesse sido feito apenas verbalmente por um dos procuradores presentes na operação, que envolveu ainda técnicos do ICCA.
Ele desmentiu as denúncias de alegados maus-tratos, abusos e castigos infligidos a crianças, dizendo que queixas do tipo existem há vários anos, e que já foram feitas várias investigações sobre isso e que não foi a primeira vez que a curadoria de menores esteve no centro.
O juiz considerou que se trata de rumores, assinalando no entanto que os responsáveis da igreja estão serenos e dispostos a prestar todas as informações para que se faça justiça neste caso.
Amãndio Brito disse ainda que a CRADST colaborou com a justiça, acusando o procurador Albertino Mendes de atuar fora da lei, ao forçar a entrada na sua residência, situada no bloco ao lado da congregação, alegando que o mandado não legitimava essa operação.
Disse ter recordado ao procurador em causa não ser permitida a entrada na casa de um juiz sem a presença do presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial, mas que este, mesmo assim, ordenou o arrombamento da porta e a entrada forçada no seu domicílio.
“É claro que nós assumimos as nossas culpas pelos erros cometidos, razão pela qual confessamos publicamente às nossas culpadas”, afirmou o juiz que exercia funções na Comarca da Praia, subinhando querer que o processo seja conduzido em termos legais, “para se evitar que se entre na senda de ódios”.
No que se refere ainda à constituição do líder da congregação, Inácio Cunha, que até ao momento se escusou a falar à comunicação social, avançou que a decisão foi tomada pela secretaria da Polícia Judiciária, mas que não foram avançados detalhes sobre a acusação.
As investigações sobre a CRASDT surgiram depois de vários fiéis, entre os quais o juiz Amândio Brito, uma sua irmã médica na ilha do Fogo, e um procurador da República, terem divulgado publicamente "confissões" com detalhes da sua alegada participação em orgias, práticas de incesto e consumo de álcool e drogas e referências a violência e coação sobre os fiéis, maus tratos físicos e abusos às crianças do centro de acolhimento.
Tanto o juiz como a médica foram alvo de processos disciplinares e suspensos preventivamente.
O juiz anunciou entretanto a sua saída da magistratura e o procurador da República pediu a sua exoneração do cargo, devendo, entretanto, a sua conduta ser analisada numa reunião do Conselho Superior do Ministério Público convocada para esta quinta-feira.
-0- PANA CS/DD 16junho2016