Agência Panafricana de Notícias

Líder da oposição ugandesa acusa Governo de tentativa de assassinato

Nairobi- Quénia (PANA) -- Um dirigente da oposição ugandesa, Olara Otunnu, acusou terça-feira em Nairobi o Governo do Presidente Yoweri Museveni de tentar aniquilá-lo pelo uso excessivo da violência, enquanto este país da África Oriental se dirige para eleições em 2011.
Otunnu fez esta acusação em Nairobi depois de sobreviver por um triz a um acidente, segunda-feira, quando uma viatura do cortejo de Museveni colidiu contra o seu veículo e destruiu-o.
Em entrevista telefónica à PANA, Otunnu, que anunciou a sua candidatura contra Museveni sob a bandeira do Congresso do Povo Ugandês (UPC, oposição), afirmou que o acidente de segunda-feira era uma tentativa de assassinato contra a sua pessoa.
Ele afirmou que nenhuma perda de vida humana nem ferimento grave foi registado após este acidente ocorrido em Mirakuli, no norte, entre a capital Kampala e Gulu, onde o movimento rebelde Exército de Resistência do Senhor está em guerra contra o Governo.
O Governo não reagiu às acusações de Otunnu.
O Presidente Museveni usa regularmente a Polícia e o Exército contra os seus adversários, o que valeu ao seu Governo, no passado, desacordos com os parceiros de desenvolvimento.
As eleições de 2011 serão provavelmente mais difíceis para o Presidente, há 24 anos no poder, na sequência da decisão Otunnu de se candidatar, ex-Secretário-Geral adjunto das Nações Unidas para a Infância e Conflitos.
Otunnu ocupou brevemente o posto de ministro dos Negócios Estrangeiros no regime do Presidente Tito Okello, que Museveni derrubou em 1986 através duma resistência armada.
Até Agosto último, o opositor vivia exilado nos Estados Unidos há 23 anos depois de Kampala decidir privá-lo da sua nacionalidade ugandesa.
O seu passaporte ugandês ainda não lhe foi restituído.
Otunnu declarou à PANA que ele não recuaria na sua tentativa de fazer partir Museveni e que estava em negociação com os outros candidatos para enfrentar o Presidente.
Os outros candidatos à Presidência ugandesa são Kizza Besigye do Fórum para a Mudança Democrática (FDC) e Norbet Mao do Partido Democrático.