Líbia pede resolução da ONU para fim da agressão contra Trípoli
Trípoli, Líbia (PANA) - A Líbia exortou os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas a adotar uma resolução firme para pôr termo à “agressão contra Trípoli e pedir contas aos implicadas no ataque contra a capital e aos países que apoiam o marechal Khalifa Haftar nesta empreitada".
Discursando quarta-feira, em Nova Iorque (Estados Unidos), sobre a situação na Líbia, o delegado do país na ONU, Mehdi al-Mejrabi, afirmou que “o que Haftar fez durante a sua agressão contra Trípoli constitui um desprezo pela resolução 2434 do Conselho de Segurança (da ONU) de 2018".
Segundo al-Mejrabi, a ofensiva de Haftar constitui igualmente um desprezo por todos os esforços internacionais mencionados naquela resolução para estabelecer a paz na Líbia, sublinhando que "não pode haver uma solução militar", no país.
O delegado da Líbia apelou ao Conselho de Segurança para investigar sobre as violações cometidas, em Trípoli, e responsabilizar as pessoas implicadas nos confrontos.
Ele exprimiu a esperança de que o Conselho de Segurança considere a questão líbia como uma prioridade da sua agenda e não a negligencie, coordenando com o enviado especial da ONU na Líbia, Ghassan Salamé, para culminar numa resolução que obrigue as forças do marechal Haftar a regressar à procedência.
Segundo ele, a Líbia está pronta para cooperar com o Tribunal Penal Internacional (TPI), embora o sistema judicial nacional seja capaz de julgar todos os que cometeram crimes, na Líbia, desde 2011.
Al-Mejrabi afirmou que o Governo de União Nacional na Líbia tomou medidas para proteger os migrantes nas zonas de confrontos, sublinhando o acompanhamento das violações contra os hospitais e as instalações públicas.
Ele apelou ao Conselho de Segurança para investigar sobre os ataques dirigidos contra civis, em Trípoli, pelas forças de Khalifa Haftar.
Por sua vez, a procuradora do TPI, Fatou Bensouda, declarou no Conselho de Segurança que "todos os chefes militares e civis das partes beligerantes responsáveis por crimes de direito internacional estão sujeitos à perseguição penal se for provado que eles cometeram estes crimes”.
Numa alocução pronunciada durante uma sessão do Conselho de Segurança sobre a situação na Líbia, Bensouda confirmou que o TPI está pronto para abrir um inquérito sobre o conflito na Líbia e “julgar qualquer parte no conflito armado em curso que cometer crimes que relevem da competência da jurisdição internacional”.
Desde o lançamento de uma ofensiva militar, a 4 de abril último, pelas forças do marechal Khalifa Haftar, para tomar a capital, 443 pessoas foram mortas e duas mil 553 outras ficaram feridas das quais 108 civis, nos confrontos armados em curso na periferia de Trípoli, que fizeram ainda 60 mil deslocados, segundo as Nações Unidas.
Apesar de os combates continuarem perto de Trípoli, esforços estão em curso para se obter um cessar-fogo, nomeadamente, com o périplo iniciado, terça-feira última, pelo presidente do Conselho Presidencial líbio, Fayez Al-Sarraj, pela Europa (Itália, Alemanha e França e Grâ-Bretanha).
-0- PANA BY/JSG/FK/IZ 09maio2019