Agência Panafricana de Notícias

Líbia pede 2 assentos permanentes para África no CS da ONU

Tripoli- Líbia (PANA) -- A Líbia voltou a defender a atribuição a África de dois assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas com todos os privilégios, nomeadamente o direito a veto, como forma de repor a justiça e corrigir a injustiça histórica que o continente sofreu.
O delegado permanente da Líbia junto das Nações Unidas, Abdrahamane Chalgham, consagrou-se, numa intervenção na Assembleia Geral da ONU, no fim-de-semana, em Nova Iorque, à representação equitativa no seio do Conselho de Segurança e ao aumento dos seus membros.
Sublinhou a necessidade de se conceder ao continente africano cinco assentos não permanentes, em conformidade com os pedidos africanos contidos no Consenso de Ezulwini e a Declaração de Sirtes.
A este propósito, Chalgham precisou que um dos dois assentos permanentes deve ser concedido a África imeditamente, antes do fim das negociações entre os Governos do mundo para colocar África no mesmo pé de igualdade que os outros agrupamentos regionais.
O diplomata líbio lembrou que o continente africano é mais prejudicado pelas disposições tomadas em 1945 depois da II Guerra Mundial, incluindo a composição actual do Conselho de Segurança das Nações Unidas que reflecte a correlação de forças deste período.
Por isso, apelou para a necessidade de se devolver a justiça ao continente africano, reconhecer o seu direito e pôr termo à sua marginalização dando-lhe a oportunidade de ser representado equitativamente no Conselho de Segurança da ONU.
A intervenção da Líbia salientou igualmente a necessidade de o Conselho de Segurança credibilizar-se através duma mudança radical sobre a categoria dos membros permanentes, pela atribuição da qualidade de membros às uniões regionais em vez dos países.
O delegado permanente da Líbia na ONU acrescentou que a composição actual do Conselho de Segurança na sua categoria permanente formada por Estado-Nações provou a sua ineficácia, já que falhou na sua missão de servir de instrumento democrático transparente para a segurança e a paz internacionais.
Este fracasso, explicou, deveu-se ao predomínio dos países membros permanentes e à má e abusiva utilização do direito a veto por alguns deles para concretizar interesses nacionais restritos.
Ele indicou que esta realidade impôs a todos o dever de trabalhar para rectificar esta situação e encontrar uma via susceptível de preservar as Nações Unidas.
Apelou para a transferência das competências do Conselho de Segurança para a Assembleia Geral para que aquele se torne num instrumento executivo desta, detentora da verdadeira legalidade já que ela reflecte a vontade de todos os países-membros e constitui o parlamento do mundo.
Chalgham criticou o relatório do Conselho de Segurança das Nações Unidas acusando-o de não reflectir o seu compromisso às suas decisões.
Para ele, o relatório não contém análises relativas às considerações tomadas pelo Conselho sobre a base das suas próprias decisões bem como as posições dos diferentes países e as razões que impediram este órgão de tomar posições drásticas sobre questões cruciais relativas à preservação da segurança e da paz internacionais.