Líbia diz-se surpresa por comunicado conjunto de cinco países do Mundo
Trípoli, Líbia (PANA) - O Governo líbio exprimiu a sua “profunda surpresa”, em relação ao comunicado conjunto dos ministros dos Negócios Estrangeiros do Egito, de Chipre, da Grécia, da França e dos Emirados Árabes Unidos, que afirma “compreender erros e transgressões contra o Estado líbio e a sua soberania nacional."
O comunicado conjunto publicado segunda-feira pelos ministros dos Negócios Estrangeiros do Egito, de França, da Grécia, do Chipre e dos Emirados Árabes Unidos condena “a intervenção turca na Líbia.”
Os signatários reiteram a sua oposição aos dois protocolos de acordo sobre a delimitação das zonas marítimas e a cooperação no setor de segurança, assinados a 27 de novembro de 2019, pela Turquia e pela Líbia, considerando que os mesmos contrariam a lei internacional.
Os chefes da diplomacia dos cinco países reuniram-se, através de uma vídeoconferência, para abordarem os “últimos desenvolvimentos preocupantes no Mediterrâneo Oriental”, além dum certo número de crises regionais que ameaçam a paz e a estabilidade nesta região.
Para o Ministério líbio dos Negócios Estrangeiros, o que foi declarado no comunicado dos cinco países, relativamente aos protocolos de acordo assinados entre os Governos líbio e turco, é “uma ingerência flagrante e uma falsificação inaceitável dos factos.”
No seu comunicado, o ministério líbio dos Negópcios Estrangeiros também expressou “a sua surpresa face à adesão dos Emirados Árabes Unidos ao comunicado publicado segunda-feira última.
A Líbia sublinhou que os Emirados Árabes Unidos “não são um país mediterrânico, o que desvenda a existência de outros planos e objetivos. Isso pode tê-lo incitado a solidarizar-se com um outro país como ele, para agredir o povo líbio, ingerindo-se ambos nos assuntos internos da Líbia.”
O Egito, os Emirados Árabes Unidos e a França figuram entre os apoiantes do marechal Khalifa Haftar (autoproclamado comandante do Exército Nacional Líbio), ao lhe fornecerem armas e meios financeiros, de acordo com a Líbia.
No que diz respeito à nota de delimitação marítima, o ministério líbio dos Negócios Estrangeiros declarou ter sido obrigado a lembrar que se trata dum memorando assinado entre os Governos de dois países ribeirinhos do Mediterrâneo, em conformidade com acordos e pactos internacionais, e que o mesmo não lesa os direitos dum terceiro.
O ministério lembrou que «a Líbia anunciou, no momento da assinatura do acordo, a sua disponibilidade para discutir ou explicar o seu ponto de vista a uma eventual parte lesada, além do seu direito de recorrer à jurisdição internacional, como o fizeram a Líbia, Malta e a Tunísia, em casos similares.”
A Líbia sublinhou que os Estados signatários são membros das Nações Unidas, que reconhecem o Governo líbio de União Nacional como “o único Governo legítimo na Líbia, dirigido por Fayez al-Sarraj.”
Acrescentou que «o memorando foi assinado por um Governo internacional reconhecido em conformidade com a sua soberania, e que qualquer suspeitas prejudica não só a soberania nacional do Estado da Líbia mas mina principalmente a credibilidade dos Governos destes países diante dos seus respetivos povos e do mundo, por falsificarem os factos a fim de servirem os seus próprios desígnios na região.”
O comunicado acrescentou que o Governo de União Nacional, reconhecido internacionalmente, no mundo árabe e em África, exerceu os seus direitos legítimos para defender os seus cidadãos e proteger os seus direitos económicos.
-0- PANA BY/JSG/FK/DD 12maio2020