Líbia considera "crime hediondo" assassinato de defensores de direitos humanos
Tripoli, Líbia (PANA) - O assassinato de defensores dos direitos humanos e líderes de opinião e o amordaçar de vozes é um crime hediondo, declarou quarta-feira o ministro líbio do Interior, Fathi Bachagha.
Falando em reacção ao assassinato da advogada Hanan al-Barassi, em Benghazi, Bachagha disse tratar-se de "uma forma vergonhosa de tirania e uma tentativa desesperada de destruir a esperança de criação de um Estado civil democrático", na Líbia.
Advogada e ativista dos direitos humanos, Hanan al-Barassi foi assassinada terça-feira à tarde por um grupo pessoas mascaradas, num supermercado da rua 20, em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia, no leste do país.
Num tweet, Bachagha endereçou as suas condolências à família e aos colegas de Hanana al-Barassi, desejando a sua misericórdia e perdão.
A União Geral dos Advogados Líbios (UGAL) considerou o assassinato da ativista dos direitos humanos como um "ato sistemático e covarde".
Responsabilizou o Governo local provisório não reconhecido pela comunidade internacional, particularmente os Ministérios do Interior e da Defesa, pelo que "aconteceu e está a acontecer", afirmando tratar-se de "uma evolução infeliz, que ameaça a humanidade e ofende todos os homens e mulheres líbios".
A Direção de Segurança de Benghazi indicou que os assassinos "tentaram raptar al-Barasi e dispararam várias balas, o que a matou, e fugiram em dois carros de vidros fumados, tomando uma das ruas secundárias".
A mesma fonte declarou que "estão em curso investigações em vários departamentos e unidades, e que o trabalho de rastreio continua e não irá parar até que os perpetradores sejam detidos e levados à justiça".
Condenou "todas as ações que ocorrem e são realizadas fora do círculo da lei", sublinhando que "estas ações não representam o Estado a que todos aspiramos".
-0- PANA BY/TBM/DIM/IZ 11nov2020