Agência Panafricana de Notícias

Lançado primeiro marco fronteiriço entre Camarões e Nigéria

Yaoundé- Camarões (PANA) -- O ministro camaronês da Justiça, Amadou Ali, e o príncipe Bola Ajibola, principais negociadores dos Camarões e da Nigéria no litígio fronteiriço de Bakassi, procederão na próxima segunda-feira ao lançamento simbólico do primeiro marco da fronteira terrestre entre os dois países em Banki/Amchidé, perto de Mora, soube a PANA junto da delegação da União Europeia em Yaoundé.
A cerimónia será presidida pelo presidente da Comissão Mista Camarões-Nigéria para o Conflito de Bakassi, Saïd Djinnit, na presença dos embaixadores dos países vizinhos, dos representantes dos Estados testemunhos designadamente Alemanha, Estados Unidos, França, Reino Unido, dos doadores de fundos e das autoridades administrativas e tradicionais locais.
Esta delimitação ocorre em aplicação do Acordo de Greentree de 12 de Junho de 2006 para o qual três Estados-membros da União Europeia (França, Reino Unido, Alemanha) são testemunhas.
O Acordo permitiu aos Camarões recuperar a sua soberania sobre a autarquia de Darak em 2003 e sobre a Península de Bakassi, após a retirada efectiva das tropas nigerianas em 2008.
O novo chefe da Delegação da União Europeia nos Camarões sublinhou que o apoio da UE ao processo de negociação, demarcação e melhoria das condições de vida das populações nas zonas retrocedidas nunca foi desmentido.
Declarou-se "particularmente feliz" que este projecto seja realizado normalmente e "confiante" que a sua conclusão consolidará a paz e a estabilidade em toda a sub-região.
A Comissão Europeia concedeu, com os recursos do nono Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), quatro milhões de euros a este projecto de demarcação cujos mil 950 quilómetros de fronteira terrestre serão demarcados em mais de três mil marcos fronteiriços.
A delegação da União Europeia concedeu, desde 2006, uma soma de 700 milhões de francos CFA (1 dólar americano equivale a 400 francos CFA) para a construção de infraestruturas socioeconómicas de base nomeadamente escolas, centros de saúde, canalização de água potável, alojamentos e outras plataformas.