Agência Panafricana de Notícias

Kadafi optimista quanto à marcha rumo aos Estados Unidos de África

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- O guia líbio Muamar Kadafi afirmou domingo que a pesar de as tentativas de criar os Estados Unidos da África não progredirem, existem no entanto razões para pensar que os dirigentes africanos reunidos em Addis Abeba poderão dar novos passos.
Num próximo futuro, teremos resultados tangíveis, talvez com a criação da Autoridade da União Africana, isto possa vir acontecer, disse o guia Kadafi à imprensa.
Os dirigentes africanos que participam na cimeira da UA deverão, entre outros, formular um roteiro para a formação dos Estados Unidos da África, tendo em conta a primeira etapa que é a formação da Autoridade da UA.
O líder Kadafi afirmou que mesmo perdendo 10 anos desde a criação da UA, existem razões de esperar que a unidade do continente registe avanços.
"Estou decepcionado.
Os Africanos estão decepcionados.
Nada de tangível foi realizado dez anos depois da formação da União Africana", acrescentou.
No entanto, o guia líbio frisou não ter intenções de ser o Presidente dos Estados Unidos da África, lamentando que os dirigentes africanos não tenham uma visão semelhante à dos dirigentes revolucionários como Otto Von Bismark da Alemanha e Abraham Lincoln dos Estados Unidos.
Ressaltou que a África tem ainda dificuldade em realizar uma unidade completa devido à pobreza das relações económicas entre os diferentes países.
"Queremos unificar o continente.
Mas com 53 países onde as populações falam línguas diferentes, não é fácil.
Não podemos realizar este sonho do pé para a mão, todavia temos de redobrar de esforços", indicou.
Segundo ele, os esforços envidados actualmente pela Comissão da UA, que serve de secretariado principal para a organização continental, são insignificantes.
O guia Kadafi sublinhou que o presidente da Comissão da UA, Jean Ping, não dispõe de poderes para reformar as outras instituições que integram a União Africana, nomeadamente o Comité Permanente dos Representantes (COREP) e o dos Comité dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, designado Conselho Executivo.
Ele qualificou as realizações da UA de "modestas", sublinhando ao mesmo tempo que "a África e eu próprio, não vemos resultados tangíveis".
Antes, o guia líbio acusou os dirigentes africanos de travar os avanços no plano continental, afirmando que a maioria de entre eles não dirigiram o seu país em conformidade com as suas Constituições.
"Conhecemos fracassos após a introdução do multipartismo.
Assistimos a rebeliões políticas e à recusa da ordem política estabelecida pelos dirigentes africanos no poder que não respeitam a sua Cconstituição", afirmou o guia Kadafi.
"Os dirigentes trabalham para eles próprios, é por isso que temos esta rebelião política no Corno da África", acrescentando que há uma revolta quer da parte dos partidos políticos ou por parte dos civis.