PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Kadafi considera ex-Jugoslávia modelo para Nigéria
Sirtes- Líbia (PANA) -- O líder líbio, Muamar Kadafi, reconheceu que, contrariamente aos seus pronunciamentos anteriores, a situação da Nigéria "não é comparável" à da Índia antes da sua divisão em dois Estados em 1947, mas que tem semelhanças com a ex-Federação da Jugoslávia baseada em várias populações.
"A situação da Nigéria é antes similar ao problema da ex-Federação da Jugoslávia que estava fundada numa base de várias populações", declarou Kadafi explicando que "foram estas populações que mais tarde assumiram as suas independências e a Federação dissolveu-se pacificamente".
Kadafi corroborou com as declações de alguns governantes nigerianos segundo as quais a Nigéria não é unicamente composta por duas partes (cristã e muçulmana) mas que existem vários povos que reivindicam todos a independência.
De acordo com os mesmos responsáveis, existem na Nigéria os povos Yoruba no oeste e no sul, os Ibo no leste e no sul e os Ijaws no norte que reclamam todos a proclamação de seus Estados independentes.
Para estes governantes nigerianos, Kadafi parece ignorar a realidade da Nigéria e acreditar que o país se limita aos cristãos e aos muçulmanos para ser dividido em dois Estados religiosos.
Kadafi reagiu a estas afirmações numa declaração feita no último fim-de-semana e transmitida segunda-feira pela Agência Líbia de Notícias (JANA).
No seu novo posicionamento, ele reconhece que o problema na Nigéria não pode, com efeito, "ser resolvido pela divisão (do país) em dois Estados (cristão e muçulmano) uma vez que existem outros povos que reclamam pela independência".
"O modelo exemplar para a Nigéria neste caso é o da Jugoslávia", sentenciou Kadafi, explicando que "a Eslovénia assumiu pacificamente a sua independência, bem como a Croácia, o Montenegro, a Macedónia e a Sérvia, e a guerra apenas eclodiu na Bósnia Herzegóvina em virtude de luta pelo poder".
No caso deste último, disse, a luta entre eles residiu no facto de que "o grupo étnico sérvio na Bosnia Herzegóvina pretendia dominar a Bósnia, enquanto os muçulmanos diziam que a Bósnia Herzegóvina era o seu país".
Há duas semanas, em Tripoli (Líbia), Kadafi afirmou num discurso durante uma reunião com dirigentes estudantis das universidades africanas que a única solução à situação dramática vivida na Nigéria é o aparecimento dum outro "Mohamed Ali Jinnah", como o que aconteceu em 1947 ao sub-continente indiano.
Esta solução passaria designadamente pela criação de dois Estados - como aconteceu com a Índia e o Paquistão - sendo um cristão no sul da Nigéria com Lagos como capital e um outro muçulmano no norte que teria a sua sede em Abuja, "para salvar a vida dos muçulmanos e dos cristãos contra a continuação de massacres e a destruição de igrejas e mesquitas".
Em reacção a estas declarações de Kadafi, a Nigéria convocou o seu embaixador na Líbia para consultas.
Contudo, os governantes nigerianos descreveram esta medida como uma disposição de rotina que não significava a deterioração das relações entre os dois países como tentou insinuar alguma imprensa na Nigéria e no estrangeiro.
"A situação da Nigéria é antes similar ao problema da ex-Federação da Jugoslávia que estava fundada numa base de várias populações", declarou Kadafi explicando que "foram estas populações que mais tarde assumiram as suas independências e a Federação dissolveu-se pacificamente".
Kadafi corroborou com as declações de alguns governantes nigerianos segundo as quais a Nigéria não é unicamente composta por duas partes (cristã e muçulmana) mas que existem vários povos que reivindicam todos a independência.
De acordo com os mesmos responsáveis, existem na Nigéria os povos Yoruba no oeste e no sul, os Ibo no leste e no sul e os Ijaws no norte que reclamam todos a proclamação de seus Estados independentes.
Para estes governantes nigerianos, Kadafi parece ignorar a realidade da Nigéria e acreditar que o país se limita aos cristãos e aos muçulmanos para ser dividido em dois Estados religiosos.
Kadafi reagiu a estas afirmações numa declaração feita no último fim-de-semana e transmitida segunda-feira pela Agência Líbia de Notícias (JANA).
No seu novo posicionamento, ele reconhece que o problema na Nigéria não pode, com efeito, "ser resolvido pela divisão (do país) em dois Estados (cristão e muçulmano) uma vez que existem outros povos que reclamam pela independência".
"O modelo exemplar para a Nigéria neste caso é o da Jugoslávia", sentenciou Kadafi, explicando que "a Eslovénia assumiu pacificamente a sua independência, bem como a Croácia, o Montenegro, a Macedónia e a Sérvia, e a guerra apenas eclodiu na Bósnia Herzegóvina em virtude de luta pelo poder".
No caso deste último, disse, a luta entre eles residiu no facto de que "o grupo étnico sérvio na Bosnia Herzegóvina pretendia dominar a Bósnia, enquanto os muçulmanos diziam que a Bósnia Herzegóvina era o seu país".
Há duas semanas, em Tripoli (Líbia), Kadafi afirmou num discurso durante uma reunião com dirigentes estudantis das universidades africanas que a única solução à situação dramática vivida na Nigéria é o aparecimento dum outro "Mohamed Ali Jinnah", como o que aconteceu em 1947 ao sub-continente indiano.
Esta solução passaria designadamente pela criação de dois Estados - como aconteceu com a Índia e o Paquistão - sendo um cristão no sul da Nigéria com Lagos como capital e um outro muçulmano no norte que teria a sua sede em Abuja, "para salvar a vida dos muçulmanos e dos cristãos contra a continuação de massacres e a destruição de igrejas e mesquitas".
Em reacção a estas declarações de Kadafi, a Nigéria convocou o seu embaixador na Líbia para consultas.
Contudo, os governantes nigerianos descreveram esta medida como uma disposição de rotina que não significava a deterioração das relações entre os dois países como tentou insinuar alguma imprensa na Nigéria e no estrangeiro.