Junta no poder coloca primeiros atos no Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração (MPSR) reuniu-se terça-feira com dirigentes militares e secretários-gerais dos Ministérios encarregues de despachar assuntos correntes para lhes dar um código de conduta, soube a PANA de fonte segura.
Este encontro entre o MPSR, a junta militar no poder, chefiado pelo tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, ocorreu 24 horas depois da destituição do entāo chefe do Estado, Roch Marc Christian Kaboré, que cumpria um segundo mandato à frente do Burkina Faso.
Logo depois, os militares anunciaram a reabertura das fronteiras aéreas e indicaram que as fronteiras terrestres se mantêm encerradas, exceto viaturas e camiões humanitários de transporte de bens de primeira necessidade, nomeadamente bens alimentares, bem como produtos e equipamentos destinados às forças de defesa e de segurança.
Num comunicado de imprensa publicado na noite de terça-feira, o Ministério burkinabe da Educação anunciou a prorrogação, até ao sábado próximo, 29 de janeiro de 2022, da suspensão das aulas em escolas, que devia terminar quarta-feira.
Depois de uma manifestação espontânea de apoio aos militare, ocorrida terça-feira na capital burkinabe, um coletivo de Organizações da Sociedade Civil (OSC) animou uma conferência de imprensa a favor da junta.
"O advento do Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração (MPSR) faz jus ao nosso sofrimento. Permita-nos felicitar estes jovens e dignos oficiais de um país em via de extinção", disse o seu porta-voz, Valentin Yambkoudougou.
Embora o golpe seja condenado pela comunidade internacional, no Burkina Faso, as opiniões são amplamente compartilhadas sobre o sucedido.
Por ora, não se sabe onde o Presidente deposto Kaboré e outras personalidades a ele ligadas estão detidos, mas os golpistas garantiram que eles estão num lugar seguro.
O Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas lamentou profundamente a tomada do poder pelos militares no Burkina Faso.
"Pedimos aos militares para libertarem imediatamente o Presidente Roch Marc Christian Kaboré e outros altos funcionários que estão detidos. Pedimos urgentemente um rápido retorno à ordem constitucional", escreveu.
-0- PANA TNDD/JSG/SOC/MAR/DD 26jan2022