Agência Panafricana de Notícias

Junta militar toma poder no Mali

Bamako, Mali (PANA) - Uma junta militar dirigida pelo capitão Amadou Sanogo tomou o poder quinta-feira no Mali onde suspendeu as instituições do Estado, instaurou um recolher obrigatório e encerrou as fronteiras com os países vizinhos, soube a PANA de fonte segura.

O que parecia ser um motim iniciado quarta-feira à noite por militares do Quartel de Kati, perto de Bamako, resultou nesta quinta-feira num golpe de Estado, a cerca de um mês das eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Amadou Toumani Touré, não é candidato.

A junta, que diz ter detido ministros e algumas figuras do poder, não dá nenhuma informação sobre o destino reservado ao Presidente destituído.

Ela justifica o golpe de força pela "incapacidade do poder a lutar contra o terrorismo no norte do país", pela "ausência de material militar adequado para a defesa do território, que afeta a dignidade das forças militares", bem como pelo "laxismo dos dirigentes, prejudicial à unidade dos Malianos e à vida democrática".

Os insurgentes, que falam em nome do Conselho Nacional de Recuperação da Democracia e Restauração do Estado (CNRDRE), prometem remeter o poder a um civil democraticamente eleito, uma vez restabelecida a integridade territorial do país.

Na sua alocução, o capitão Amadou Sanogo, lançou um apelo para a calma e uma advertência contra qualquer tentativa de pilhagem de bens públicos ou privados.

O derrube do Presidente Amadou Toumani Touré resultou de um ataque lançado quarta-feira contra o Palácio Presidencial em Bamako pelos militares descontentes com o que chamam de “impotência” do Governo perante a rebelião tuaregue no norte.

Os golpistas acusam o Governo do Presidente Touré de não lhes dotar de meios apropriados e suficientes para combater a rebelião tuaregue que se viu reforçada nos últimos meses com o regresso de centenas de compatriotas seus armados que combateram na guerra civil da Líbia ao lado do deposto líder líbio, Muamar Kadafi.

Entretanto, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenou com energia o golpe de Estado militar.

-0- PANA SSB/JSG/CJB/TON 22mar2012