Agência Panafricana de Notícias

Junta militar promete liberalizar audiovisual na Guiné-Conakry

Conakry- Guiné (PANA) -- O chefe de Estado conakry-guineense, o capitão Moussa Dadis Camara, garantiu quarta-feira à noite que a junta vai emitir brevemente licenças para a criação de rádios e televisões privadas.
Na sua mensagem de Ano Novo, ele sublinhou que o Conselho Nacional da Democracia e Desenvolvimento (CNDD, junta militar no poder desde 23 de Dezembor último) se inscreveu na liberalização total das ondas que faz parte das suas prioridades, bem como no "abastecimento correcto" do país da água potável e da electricidade.
Ele exprimiu, por outro lado, nessa ocasião, a vontade da junta de relançar a situação do país e de organizar eleições, pedindo assim o apoio da população.
"Precisamos das eleições transparentes num prazo razoável (.
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) Vejam o nosso trabalho antes de nos julgarem.
Nós queremos relançar o país, e necessitamos do seu acompanhamento", declarou o capitão Camara.
O novo homem forte da Guiné-Conakry prometeu uma reforma da Justiça que deverá culminar num reforço do poder do Conselho Superior da Magistratura na perspectiva de "punir" os criminosos de direito comum e outros predadores da economia nacional.
Ele indicou que as auditorias em curso demonstrarão as faltas cometidas e cujos autores responderão pelos seus delitos diante da Justiça onde o rigor da lei será aplicado "pois os recursos mais estratégicos do país foram saboteados".
"Todas as convenções mineiras serão renegociadas com vista a definir os interesses da Guiné-Conakry.
Nós queremos fazer da Guiné-Conakry um destino atractivo para os investidores", afirmou o capitão Camara.
"O Governo a ser formado deverá esforçar-se para atingir o ponto de índice da Iniciativa dos Países Pobres Altamente Endividados (PPAE) não alcançado nestes últimos 10 anos devido à incompetência dos Governos que se sucederam no país", acrescentou.
O capitão Camara estimou que a situação da Guiné-Conakry é "um escândalo" porque anualmente ela desembolsa 300 milhões de dólares americanos para importar arroz ao passo que, disse, a natureza é clemente com o país.