Junta mantém interdição de manifestações de rua na Guiné Conakry
Conakry, Guiné (PANA) - A junta no poder na Guiné mantém a proibição de agrupamentos no país até ao final do período de transição de 36 meses, rejeitando um pedido das Nações Unidas para o seu levantamento.
Num comunicado de imprensa publicado na noite de terça-feira, o Comité Nacional de Coligação para o Desenvolvimento (CNRD) indicou que não vai ter em conta o pedido do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, feito 24 horas antes.
O comunicado de imprensa do CNRD (junta no poder) assinado pelo seu presidente, o coronel Mamadi Doumbouya, recorda que, desde que este assumiu o poder, a junta tem trabalhado no sentido do respeito pelos direitos fundamentais.
O CNRD indica assim que tem contribuído para a libertação dos assentos de alguns partidos políticos e de todos os políticos detidos, para a liberdade de expressão, a devolução de documentos de viagem e o regresso ao país de exilados políticos.
Salienta ainda que, de 2010 a 2021, sob o regime do deposto Presidente Alpha Condé, a Guiné viveu mais de 700 marchas violentas que causaram centenas de mortos, milhares de feridos e inúmeros danos materiais em todo o território nacional, cujas causas ainda não estão elucidadas.
“Nada pode justificar as marchas neste período sensível da vida nacional, em que os Guineenses recomeçaram a falar uns com os outros como irmãos”, martelou o CNRD.
A decisão de proibir manifestações de rua foi tomada no início de maio último pelo CNRD, o que, no entanto, deixa a possibilidade de os partidos políticos e atores sociais realizarem todas as formas de manifestações políticas apenas dentro das suas sedes.
-0- PANA AC/JSG/SOC/MAR/DD 01junho2022