Agência Panafricana de Notícias

Junta confirma rumores de conspiração contra transição no Níger

Niamey- Níger (PANA) -- O porta-voz do Conselho Supremo para a Restauração da Democracia no Níger (CSRD), coronel Goukoye Abdoulkarim, denunciou, quinta- feira, na televisão nacional, um plano que visa alegadamente interromper o processo de transição por parte de um grupo de oficiais das Forças Armadas.
Segundo Goukoye, alguns oficiais das Forças Armadas Nacionais, "opostos desde sempre" ao regresso do Níger a um sistema democrático e constitucional normal, "decidiram pôr em causa os compromissos assumidos pelo CSRD depois dos eventos de 18 de Feverero último".
"A situação está sob controlo e o CSRD reafirma solenemente que os compromissos assumidos depois de 18 de Fevereiro de 2010 serão respeitados e que o processo de regresso a uma ordem constitucional normal será levado a cabo, segundo o cronograma proposto pela Comissão Eleitoral Nigerina (CENI)", assegurou.
Segundo ele, "as veleidades de pôr em causa o processo democrático "já eram conhecidos há muito tempo".
Contudo, explicou, o CSRD continua a alimentar a esperança de que o debate no seu seio permita ultrapassar esta contradição interna e convencer uns e outros de que o que o Níger mais necessita é a restauração da democracia, a reconciliação dos Nigerinos e o saneamento económico e financeiro.
"Apesar das declarações repetidas do general das Forças Armadas, Djibo Salou, presidente do CSRD, afirmando que o processo de restauração da democracia será levado a bom porto em conformidade com o cronograma estabelecido pela CENI, este grupo de oficiais continuou a opor-se a este compromisso com uma cada vez maior determinação", sublinhou.
O porta-voz do CSRD acrescentou que a operação de saneamento financeiro e económico desejada e lançada pelo chefe de Estado interino, desde o início da transição, não agrada alguns desses oficiais que "estão implicados na gestão de alguns dossiês tenebrosos e que abririam fogo de qualquer maneira para obstruir as investigações da comissão de moralização contra a delinquência económica".
Na fase atual das investigações, quatro oficiais superiores do Exército foram ouvidos e detidos na brigada da Gendarmaria de Niamey, indicou o coronel Goukoye.