Julho supera balanço de quatro meses de covid-19 em África
Luanda, Angola (PANA) – O número de casos da covid-19, em África, cresceu em julho último quase três vezes o total de infeções registadas nos quatro meses anteriores, desde o início da pandemia no continente.
Este aumento foi em parte influenciado pela subida exponencial da doença, nalguns países e em particular na África do Sul, que atualmente detém mais de metade do total de infeções contabilizadas em todo o continente.
Dos 151.209 casos confirmados até 30 de junho passado, a África do Sul fechou o mês de julho com 493.183 infeções, uma média superior a 11 mil casos por dia.
A mesma tendência também prevaleceu para as vítimas mortais, no país, que atingiram os 8.005 óbitos, em 31 de julho, contra os 2.657 registados ao fecho dos primeiros quatro meses da doença, perfazendo uma média diária de 172,5.
No mesmo período, o continente passou de cerca de 394 mil casos e 9.890 óbitos para quase 931 mil infeções, perto de 19.720 mortos e mais de 583 mil curas.
Também por força da África do Sul, a sub-região austral continua a concentrar o maior número de infeções e óbitos, atualmente com cerca de 527 mil casos e 8.700 óbitos do total geral continental.
Segue-se a África do Norte (liderada pelo Egito), com perto de 161 mil infeções e 6.700 óbitos, sendo o restante repartido entre a África Ocidental (comandada pela Nigéria), a África Oriental (Quénia) e a África Central (Camarões).
De acordo com os dados do Centro Africano para o Controlo de Doenças (CDC Africa), a África Ocidental tem cerca de 130 mil infeções e 1.900 mortes, ao passo que a África Central é a menos atingida, com 49 mil casos e 941 óbitos, atrás da África Oriental (79 mil caos e 1.800 óbitos).
Individualmente, o Quénia e a Etiópia, que lideram na África Oriental, entraram para a lista dos países que mais casos somaram, no mês passado, saltando respetivamente da 12ª e 13ª posições em África para o sétimo e o oitavo lugares.
Até 30 de junho, os dois países tinham, respetivamente, 6.366 e 5.846 infeções mas fecharam o julho com 20.636 e 17.530 casos acumulados, suplantando os Camarões, a Côte d’Ivoire, o Sudão, Madagáscar, a RD Congo e o Senegal.
Do total de casos confirmados, o Quénia recuperou 8.165 pacientes, até 31 de julho, contra os anteriores 2.039, ao passo que o número de curas na Etiópia passou de 2.430 pacientes para 6.950.
Na África Ocidental, a líder Nigéria diz ter registado em julho um aumento de 95 por cento no número de testes e de 12 por cento nos casos positivos, num total de 145.454 mil exames e 17.457 infeções, os valores mensais mais altos.
O número de recuperações fixou-se em cerca de 20 mil contra os anteriores 9.746, segundo o Centro Nigeriano de Controlo de Doenças (NCDC).
Fora da África do Sul, as maiores ascensões na África Austral ocorreram na Zâmbia, no Malawi e no Zimbabwe, sobretudo neste último que progrediu da 43ª posição continental com 591 casos, até 30 de junho, para o 26º lugar com 3.169.
O balanço geral do Zimbabwe inclui ainda um aumento de sete para 67 óbitos e de 162 para 1.004 pacientes recuperados.
A Zâmbia fechou o mês de julho na 18ª posição com 5.963 infeções, 151 óbitos e 3.803 recuperações, contra os 1.594 casos, 24 óbitos e 1.329 curas contabilizados um mês antes, na 25ª posição.
Enquanto isso, o Malawi saiu da 27ª posição (1.265 casos, 16 óbitos e 260 curas) para a 22ª com 4.078 infeções, 114 falecimentos e 1.875 recuperações.
Nesta mesma região, Angola também conheceu progressões exponenciais, tendo quase quadruplicado o número de casos acumulados nos meses anteriores.
De um total de 284 infeções contabilizadas até 30 de junho, o país saltou para 1.148, um mês depois, incluindo 52 mortes e 437 recuperações contra os anteriores 13 falecimentos e 93 curas.
Apesar dessa projeção, Angola continua todavia entre os valores mais baixos do continente e da região, subindo ligeiramente na contagem da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), onde superou São Tomé e Príncipe na penúltima posição agora com 874 infeções.
O cenário do aumento exponencial de casos, no mês de julho, também se verificou na contagem mundial que passou de cerca de 10,6 milhões de infeções para mais de 17,7 milhões, com os Estados Unidos e o Brasil a liderarem a tabela respetivamente com mais de 4,706 milhões e 2,666 milhões de infeções.
-0- PANA IZ 03ago2020