Agência Panafricana de Notícias

Jornalistas somalís demitem-se após vários assassinatos em Mogadíscio

Nairobi- Quénia (PANA) -- Uma Organização Não Governamental (ONG) somalí de defesa dos direitos humanos apelou para a protecção dos jornalistas contra facções armadas, na sequência da demissão de 10 eminentes jornalistas devida ao assassinato muito mediatizado dum grande profissional de rádio em Mogadíscio.
Esta ONG, designada a Rede Somalí dos Defensores dos Direitos Humanos (SOHRIDEN), declarou-se consternada "pela morte atroz", a 7 de Junho corrente, dum jornalista somalí, Mukhatar Mohamed Hirabe, director da Rádio Shabelle, indica um comunicado da referida ONG transmitido à PANA quinta-feira em Nairobi, no Quénia.
Ahmed Omer Hashi "Ahmed Tajir", que acompanhava Hirabi, foi igualmente ferido durante este incidente, que a organização de defesa dos direitos humanos qualifica de "ataque deliberado e lamentável" cometido por desconhecidos armados no bairro de Bakara Market.
"O desaparecimento de Hirabe faz parte dos incidentes deploráveis que visam os jornalisas somalís, fazendo deste país um dos mais perigosos para a actividade dos médias na sub-região", declarou a organização de defesa dos direitos humanos em Mogadíscio.
O presidente da SOHRIDEN, Ahmed Mahemed Ali, estimou que o Governo interino somalí deve reagir imediatamente para apoiar os jornalistas e protegé-los, sublinhando que os serviços dos jornalistas são também importantes.
"Nenhuma empresa moderna pode sobreviver sem estes profissionais da informação.
É o dever de toda a comunidade somalí, bem como da comunidade internacional, velar para que os jornalistas beneficiem duma protecção e duma segurança máximas", frisou Ali.
SOHRIDEN reafirmou a necessidade de as partes em conflitos na Somália, nomeadamente o TFG e os seus rivais- Al Shabbad and Hizbul Islam- respeitar os jornalistas que correm grandes riscos para informar sobre as violações dos direitos humanos cometidas por estas partes em guerra.