Agência Panafricana de Notícias

Jornalistas burkinabes saúdam extradição de François Compaoré para Burkina Faso

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – A Associação dos Jornalistas do Burkina Faso (AJB) saúda a decisão da justiça francesa de extraditar François Compaoré, irmão mais novo do ex-Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, para o Burkina Faso, soube a PANA nesta qquinta-feira de fonte oficial no local.

François Compaoré será extraditado para o Burkina Faso no quadro dum processo judicial no qual é acusado de ter assassinato, em 1998, Norbert Zongo, um jornalista investigativo.

"Nós saudamos esta decisão e exortamos François Compaoré e seus conselheiros a aceitarem-na com muita dignidade e grandeza da alma. É a única forma, para eles, de prestar homenagem à luta de vários milhões de Burkinabes pela verdade e pela justiça no caso Norbert Zongo e seus companheiros, a fim de esperar por um perdão dos Burkinabes”, escreveu a AJB quarta-feira num comunicado.

A justiça francesa, através da câmara de instrução do Tribunal de Apelação de Paris, aprovou quarta-feira um parecer favorável ao pedido de extradição de François Compaoré formulado pelo governo do Burkina Faso.

Para a AJB, "a decisão histórica" surge alguns dias antes da 20.ª comemoração do assassinato de Norbert Zongo e dos seus três camaradas, a 13 de dezembro de 1998, quando este último investigava sobre a morte suspeita dum motorista de François Compaoré.

"É uma etapa, é um elemento importante que pode relançar o processo. Quando se têm um provável mandante, o processo judicial pode avançar muito rápido. Nós esperamos que as pessoas sejam animadas com um pouco de patriotismo e aceitem assumir as suas responsabilidades num dado momento. Cedo ou tarde, o processo será reativado e a justiça será feita”, comentou na imprensa Abdoulaye Diallo, coordenador do Centro Nacional da Imprensa Norbert-Zongo.

Para o ministro burkinabe da Justiça, René Bagoro, "se o acórdão for confimado em cassação, o Governo francês deve exarar um decreto para ordenar a extradição" porque a decisão tomada é apenas um parecer.

Em matéria de extradição, os processos podem levar seis meses a cinco anos, frisou o governante burkinabe.

-0- PANA NDT/JSG/FK/DD 6dez2018