Agência Panafricana de Notícias

Jornalista mauritano condenado a seis meses de prisão

Nouakchott- Mauritânia (PANA) -- O Tribunal Correccional de Nouakchott condenou a seis meses de prisão "por atentados aos bons costumes" o jornalista Dehah Ould Hannefi, director do jornal electrónico "Taqadoumy", soube quinta-feira a PANA de fontes judiciárias.
Processado por várias acusações entre as quais o delito de "difamação", depois duma queixa de Sarr Ibrahima Moctar, presidente da Aliança para a Justiça e Democracia/Movimento para a Reconciliação (AJD/MR), candidato às últimas eleições presidenciais na Mauritânia, Dehah Ould Hannefi apenas foi condenado por uma só infracção.
O Tribunal Correccional não tomou em conta os três outros delitos visados pela acusação, por "inexistência de textos aplicáveis em matéria da imprensa online", segundo a defesa.
O jornalista deve igualmente pagar uma multa equivalente a 120 dólares americanos e despesas de perto de 850 dólares americanos.
Há alguns meses, Taqadoumy produziu um artigo que indica que a candidatura do presidente da AJD/MR, que visa legitimar um processo eleitoral unilateral contestado pela oposição, foi decidida contra uma importante soma por parte do poder militar, que teria permitido ao presidente Sarr Ibrahima Moctar comprar uma vila num bairro residencial de Nouakchott.
A defesa do jornalista interpôs recurso contra o veredicto.
Além disso, indicando que a Câmara Correccional não entregou um mandado de depósito contra o jornalista no termo da audiência de quarta-feira, Brahim ould Ebetty continua a denunciar uma detenção "arbitrária" com base num mandado judicial concedido pelo Procurador da República desde 26 de Junho último, e cuja validade expirou desde 25 de Julho.
Por seu turno, o partido AJD/MR considera o veredicto como "uma reabilitação" do seu presidente, constatando ao mesmo tempo que o jornalista se recusou a revelar a identidade dos comanditários dos seus escritos, num comunicado publicado quinta-feira.