Jornalista cabo-verdiano encontrado morto numa praia em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - Um jornalista cabo-verdiano, identificado como Germano Lima, de 51 anos de idade, foi encontrado morto, na tarde de quinta-feira, numa praia de mar, próximo da zona de Rotchinha, na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, apurou a PANA de fontes seguras.
De acordo com informações veiculadas pela imprensa local, o corpo sem vida do malogrado, encontrado por uma equipa de bombeiros, não apresentava sinais de ferimento pelo que se pode deduzir que ele pode ter sentido alguma indisposição e ter-se afogado no mar.
O cadáver foi transportado para o hospital Baptista de Sousa, depois de acionada a presença da Polícia Nacional e da Delegacia de Saúde.
Germano Lima, formado em jornalismo na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), trabalhou nos estúdios da Radio de Cabo Verde (RCV), nas cidades da Praia e do Mindelo.
Antes de ingressar na RCV, o malogrado fazia parte da equipa redatorial da Radio Nova, emissora da Igreja Católica, sediada em São Vicente.
Em nota, a Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) disse ter tomado conhecimento, com “profundo pesar”, da morte do jornalista Germano Lima, sublinhando ter-se perdido um “profissional dedicado, amigo dos colegas de profissão.”
“Profissional altamente qualificado”, Germano Lima transferiu-se para a Rádio de Cabo Verde, na cidade da Praia, em finais do ano 2000. Na sede da rádio pública, foi editor dos principais jornais e coordenou alguns magazines culturais, bem como rubricas ligadas à ciência e à tecnologia", diz a nota.
A AJOC recorda que, para além do jornalismo, Germano Lima dedicava-se a outras duas “grandes paixões”, precisamente a literatura e as novas tecnologias de informação e comunicação.
“O jornalista foi um dos fundadores da RCV+, projeto radiofónico que abraçou com indomáveis motivação e energia, tendo colocado na sua estruturação, enquanto canal jovem da rádio pública, todo o seu espírito criativo. Aliás, partiu dele a sugestão para o nome do canal de que viria a ser o primeiro coordenador entre 2007 e 2009”, lê-se na nota.
Para a AJOC, se hoje a Rádio de Cabo Verde “ostenta um desenvolvimento tecnológico bastante aceitável”, nomeadamente nos domínios de produção e gestão de emissão em ambiente virtual, “muito se deve ao interesse e ao espírito inovador do Germano Lima”.
“Profissional dedicado, amigo dos colegas de profissão, a morte do Germano Lima deixa um vazio que cala fundo no espírito de todos quantos com ele tiveram a felicidade de conviver. O seu desaparecimento repentino mergulha a classe jornalística cabo-verdiana numa profunda saudade”, sintetiza o documento do sindicato que representa a classe jornalística em Cabo Verde.
“Morre o homem, mas fica, seguramente, a sua obra, as suas boas ações e permanecerá inolvidável na nossa memória o jeito elegante com que sempre abraçou a sua passagem por este mundo e a profissão de jornalista”, finaliza a nota.
-0- PANA CS/DD 31julho2020