Japão concede a Cabo Verde 243 mil euros para alimentação em cantinas escolares
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo japonês concede esta segunda-feira 243.000 euros a Cabo Verde para o reforço da alimentação em cantinas escolares, apurou a PANA de fonte segura.
De acordo com fonte do Governo cabo-verdiano, esta "ajuda alimentar adicional" do Japão, concedido através do Programa Alimentar Mundial (PAM), insere-se num programa iniciado pelo gabinete para a África Ocidental do PAM, de assistência a crianças afetadas pela crise em escolas cabo-verdianas.
Segundo o Governo, o objetivo do referido programa é contribuir "para o aumento da disponibilidade de refeição quente nas escolas de todo o país."
"Com a crise pandémica da covid-19, a seca prolongada que assola Cabo Verde e a guerra na Ucrânia, criou-se uma situação muito delicada na economia e na sociedade devido a vulnerabilidades estruturais do arquipélago", admite o executivo cabo-verdiano.
O PAM voltou a Cabo Verde em setembro, ou seja, 12 anos depois, para financiar com 1.500.000 euros o programa nacional de alimentação escolar, que a instituição iniciou em 1979 e que descreve como um dos melhores em África.
"Estamos muito orgulhosos do exemplo que Cabo Verde deu, não apenas na região da África Ocidental, mas francamente, em todo o continente. Um verdadeiro programa nacional de alimentação escolar que alcança todas as crianças que frequentam a escola e um programa de alimentação escolar que está ancorado na legislação nacional. Portanto, que lhe confere sustentabilidade e estrutura", afirmou em 23 de setembro último, na cidade da Praia, o diretor regional do PAM para a África Central e Ocidental, Christopher Nikoi.
Em causa está um acordo com aquela agência das Nações Unidas, formalmente assinado naquele dia com o Governo cabo-verdiano, em que o PAM se compromete a disponibilizar, durante seis meses, alimentação a 89.715 alunos do pré-escolar, primário e secundário de 788 escolas, através do programa nacional de cantina escolar e durante o período de férias escolares, para mitigar as dificuldades financeiras do Estado, face às crises económica provocada pela covid-19 e inflacionista decorrente da guerra na Ucrânia.
"Estamos muito satisfeitos por poder ajudar a mobilizar os recursos para garantir que este excelente programa nacional de alimentação escolar, sem dúvida o melhor da África Ocidental, repito o melhor da África Ocidental, possa continuar e até crescer e ser melhor. Estamos muito felizes por podermos ser parceiros nestes tempos difíceis para o povo de Cabo Verde", afirmou ainda o diretor regional do PAM, após assinar o memorando de entendimento para este apoio, avaliado em 1.579.000 dólares.
O apoio do PAM a este programa terminou há 12 anos, quando Cabo Verde transitou para o grupo de países de rendimento médio, passando a ser totalmente administrado pelo Governo cabo-verdiano, tornando-se no primeiro programa nacional de alimentação escolar na África Ocidental, cobrindo atualmente 16 por cento da população do arquipélago e contribuindo "largamente para a elevada taxa de matrículas nas escolas primárias, ao mesmo tempo que proporciona proteção social às famílias mais vulneráveis", segundo o executivo.
-0- PANA CS/DD 20março2023