Agência Panafricana de Notícias

Intervenções do BAD no Burundi desde 1968 rondam mais de $ um bilião

Bujumbura, Burundi (PANA) – O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) financiou 100 projetos para mais de um bilião de dólares americanos, desde a sua implantação no Burundi, em 1968, soube-se, quinta-feira, de fonte próxima da instituição.

O BAD mantém uma presença constante no Burundi, contrariamente a outros parceiros técnicos e financeiros tradicionais da Europa e América, que deixaram o país depois da crise política e dos direitos humanos, ligada às eleições controversas e marcadas por atos de violência em 2015, entre outros uma tentativa de golpe militar, ressalta-se.

O anúncio da presença contínua e ativa desta instituição bancária pan-africana foi feita pelo chefe da delegação dos seus administradores, René Obam, que, há uma semana no país, se encontrava no país para consultas oficiais com vista a reforçar mais ainda a cooperação.

A visita visa igualmente fazer um balanço das realizações no terreno, devendo incidir mais sobre a exploração dos recursos naturais do Burundi, "um país que possui uma importante bacia mineira".

Nesta área, "podemos oferecer uma assistência jurídica e técnica através do nosso centro de gestão dos recursos naturais", indicou.

O BAD jà financia no Burundi projetos relativos às infraestruturas rodoviárias, à saúde, à agricultura, à educação e à energia.

Por sua vez, o Burundi sempre esteve do lado do BAD, "quer seja em caso da sua recapialização quer nas eleições de um novo presidente do mesmo", disse Obam para justificar a atenção particular da sua instituição ao país.

Tratando-se da atual situação, o Burundi está a recuperar progressivamente de uma crise sócio-política profunda que destruiu o tecido produtivo da sua economia, ressaltam analistas do BAD.

A crise seguiu-se às eleições gerais controversas e marcadas por atos de violência em 2015.

Um certo número de indicadores sociais económicos do país demonstram fenómenos como uma baixa para -0,2 porcento do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real, em 2017, antes de aumentar para cerca de 1,4 porcento, em 2018, graças ao acréscimo da produção do café e do chá, à recuperação do setor dos serviços (7,4 porcento) e aos desempenhos do setor das indústrias transformadoras e agroalimentares (3,2 porcento), de acordo com dados do BAD.

A economia burundesa está ainda frágil por causa da sua forte dependência do setor primário, em termos de contribuição para o PIB (40 porcento).

O PIB por habitante fixava-se em 215 dólares americanos, em 2012, contra 286 dólares americanos antes da crise de 1993, mencionou o BAD.

-0- PANA FB/JSG/CJB/DD 07fev2019