Agência Panafricana de Notícias

Insurreição popular em Cotonou

Cotonou, Benin (PANA) - Uma insurreição  popular ocorreu em Cotonou quarta-feira à tarde, com enormes danos materiais ainda não avaliados, contatou a PANA no local.

A insurreição deveu-se a rumores sobre uma tentativa de detenção do ex-Presidente beninense, Boni Yayi (2006 e 2016), lançados nas redes sociais quarta-feira por volta das 14 horas e 30 minutos (locais).

O alerta sobre a detenção do ex-Presidente apareceu numa foto apareceu no terraço da sua casa, causando uma forte mobilização das populações e de membros da oposição em torno da sua casa.

A rubro, a multidão escandiu slogans hostis ao atual chefe do Estado, Patrice Talon (no poder desde abril de 2016), destruindo tudo que fosse do domínio público.

No início, nada foi saqueado, apenas gritos e pedradas contra veículos de polícia presentes no local, e que recuaram, deixando os manifestantes voltarem a carga.

Embora o diretor-geral da polícia, Nazaire Hounounkpé, e o ministro do Interior, Sacca Lafia, pedissem calma, explicando que não havia nenhum plano de detenção do ex-Presidente da República, a multidão aumentava a cada hora.

O que, no princípio, parecia uma mobilização espontânea para evitar a detenção de Boni Yayi, transformou-se num movimento de reivindicações contra o seu sucessor.

Até ao pôr do sol, foi difícil saber do que realmente havia acontecido, porque os dois campos se atiravam pedras reciprocamente.

As populações afirmavam ter vindo ao local para saber o porque duma presença anormal de policiais que supostamente cercavam a casa do opositor Yayi Boni.

Por sua vez, a polícia disse ter vindo depois de alertada para presença de uma multidão impressionante no local, para restabelecer a ordem.

O eixo Houeyiho/Cadjehoun/Port de Cotonou estava completamente bloqueado, com pneus usados queimados na via pública, uma loja de exposições de veículos de alta qualidade terá sido completamente queimada e certas infraestruturas privadas da zona totalmente queimadas por manifestantes.

Embora as cenas de violência, nascidas da crise das eleições legislativas de domingo último, em que não  participou a oposição, ainda sejam circunscritas no norte e centro, os Beninenses receiam que elas se generalizem e projetem o país num abismo sem fundo.

-0- PANA IT/DIM/DD 2maio2019