Agência Panafricana de Notícias

Instituto Pasteur de Bordéus cria laboratório sobre ébola na Guiné-Conakry

Conakry, Guiné (PANA) - O Instituto Pasteur de Bordéus (França) vai criar brevemente, na Guiné-Conakry, um laboratório destinado a fazer pesquisas sobre a febre hemorrágica viral de ébola que fez várias vítimas no país, anunciou quarta-feira o epidemiologista francês Sylvain Baize.

Em declarações à imprensa no termo de uma audiência com o chefe de Estado guineense, Alpha Condé, o especialista garantiu que métodos eficazes, cuja natureza não precisou, serão instalados no país com vista a fazer face à doença que já fez 101 mortos em mais de 150 casos suspeitos registados.

A existência da doença na Guiné-Conakry foi confirmada por Sylvain Baize, no termo de testes efetuados no Instituto Pasteur de Bordéus sobre amostras enviadas à sua estrutura e cujos resultados foram igualmente confirmados pelo Governo guineense.

As primeiras vítimas foram registadas desde fevereiro último, na parte meridional do país, nomeadamente em Guéckédou, onde mais de 60 pessoas morreram, e mais tarde em Macenta e Kissidougou, que se tornaram no epicentro da doença.

"Vamos proceder a um controlo do vírus da febre de ébola no quadro de ações estreitas e vamos garantir o acompanhamento", disse o cientista francês, acrescentando que "assistimos hoje a uma diminuição da epidemia, o que necessita de uma campanha de prevenção para que a doença se não repita mais".

O investigador do Instituto Pasteur de Bordéus disse também ser tranquilizante o facto de o modo de transmissão da doença começar a estabilizar-se no país, e exortou as populações "ao respeito estrito" das medidas de higiene e de saneamento que, segundo ele, poderão conter a febre hemorrágica viral de ébola.

Por sua vez, a Organização não Governamental "Médicos Sem Fronteiras (MSF)" anunciou terça-feira que 21 pessoas que sofriam da febre hemorrágica viral de ébola foram curadas em Conakry e em várias cidades do interior do país.

O Governo, que estima em quatro milhões 512 mil 703 dólares americanos o seu plano de riposta à epidemia de ébola, está a multiplicar os apelos aos parceiros técnicos e financeiros.

O vírus da doença transmite-se por contacto direto com o sangue, com as secreções, com os órgaos ou líquidos biológicos dos sujeitos infetados e carateriza-se, muitas vezes, por uma brusca subida de temperatura, com uma fraqueza intensa, mialgias, dores de cabeça e de garganta.

Ela é às vezes acompanhada de vómitos, diarreia, erupções cutâneas, insuficiência renal e hepática e hemorragias internas e externas. Ainda não existe nenhum tratamento, nem vacina específica contra a febre hemorrágica do vírus.

-0- PANA AC/TBM/SOC/FK/IZ 10abril2014