Agência Panafricana de Notícias

Incidente diplomático entre França e Bélgica devido a migrantes

Bruxelas, Bélgica (PANA) – Polícias belgas foram detidos em França, depois de terem atravessado a fronteira para depositar, na floresta, migrantes clandestinos detidos na Bélgica.

Os migrantes, entre os quais Africanos, que alegadamente partiram da floresta de Calais (França), subiram num camião pensando que o mesmo rumava para o Reino Unido.

Os polícias belgas foram ouvidos durante quatro horas pelos seus colegas franceses que desejavam garantir que não eram passadores disfarçados.

Além disso, entre os migrantes detidos encontravam-se três menores de idade, enquanto, segundo o Direito Internacional, os menores não acompanhados devem ser colocados num centro especializado do país onde foram encontrados.

Depois deste incidente, o embaixador da Bélgica em França foi convocado quinta-feira pelo ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, enquanto na Bélgica, o seu homólogo, Jan Jambon (NVA-direita nacionalista), minimizou o incidente, porque « o traçado da fronteira não está bem marcado na zona por onde o cortejo dos polícias passou », declarou.

Agora, os sindicatos de polícias belgas ameaçam entrar em greve para protestar contra a "humiliação" sofrida em França.

A crise migratória criou tensões entre países europeus.

No fim da cimeira europeia, sábado, em Brastilava, na Eslovénia, o primeiro-ministro italiano, Mario Renzi, recusou-se a manter uma conferência de imprensa comum com o Presidente francês, François Hollande, e com a cancheler alemã, Angela Merkel, porque a sua proposta de plano de investimentos massivos em África para criar empregos para os jovens não foi abordada.

Em França, começou a construção, em Calais, dum muro de um quilómetro de comprimento e quatro metros de altura, tendo os trabalhos sido inteiramente financiados pela Grã-Bretanha, que já pagou a Paris perto de dois milhões de euros para a realização desta construção.

Na floresta de Calais, instalaram-se perto de 10 mil migrantes cuja grande maioria são Sudaneses, Etíopes, Eritreus e Somalís, falando inglês, e que desejam todos chegar a Inglaterra onde já têm próximos.

Nicolas Sarkozy, candidato às presidenciais de 2017, em França, anunciou que, se for eleito, vai destruir o posto de controlo britânico instalado em Calais e deixará passar os migrantes para Inglaterra.

Por seu turno, Jean-Luc Mélanchon, líder da esquerda (à esquerda do PS) e candidato também às presidenciais de 2017, declarou que fará o mesmo sobretudo que o Reino Unido deixou a UE depois do Brexit.

-0- PANA AK/JSG/MAR/IZ 23set2016