PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Imprensa senegalesa receia cenário semelhante ao da Côte d'Ivoire nas presidenciais de 2012 no Senegal
Dakar, Senegal (PANA) - O bicefalismo que abala a Côte de 'Ivoire desde o golpe de força eleitoral do
Presidente cessante deste país, Laurent Gbagbo, está a ser interpetrado de diversas maneiras nas coluna
s da imprensa senegalesa que se preocupa em gerir com antecedência a eventualidade da duplicação do
"cenário Gbagbo" no Senegal onde as eleições presidenciais estão previstas para o início de 2012.
Com efeito, na origem desta situação está o primeiro secretário do Partido Socialista Senegalês (PS,
oposição), Ousmane Tanor Dieng, única voz política em África a afirmar alto e forte o seu apoio a Laurent
Gbagbo, juntando assim o seu partido a este pequeno ciclo vicioso constituído pela Rússia e pela China.
Este apoio, que provocou reações diversas no seio da classe política senegalesa, não deixou indiferente a
imprensa que defende muitas as vezes a oposição reunida no seio da coligação Bennoo Siggil Sénégal da qual
o PS é o ponta-de-lança.
"Tanor Dieng entre Erro Monumental, Amnésia e Vergonha ", intitula o Le Quotidien (diário independente) que
afirma que "Tanor só pode congratular-se com a eleição de Gbagbo, pois o seu gesto explica isso.".
Para o ilustrar, o diário lembra ao líder do Partido Socialista que este cenário (o de Gbagbo) assemelha-se
em vários aspetos ao das eleições de 1993 ( no Senegal) sob o regime do Partido Socialista, em que se assistiu
à demissão de Kéba Mbaye ( o então presidente do Conselho Constitucional), ao assassinato de Babacar Sèye
(então vice-presidente deste Conselho), depois à proclamação dos resultados por Youssou Ndiaye (sucessor de
Kéba Mbaye) com mais de 21 dias de espera".
Quando se sabe que uma verdadeira guerra psicológica opõe a coligação da oposição senegalesa ao Partido
Democrático Senegalês (PDS, no poder), desde o anúncio da candidatura do atual Presidente Abdoulaye Wade
às próximas eleições presidenciais, compreende-se as preocupações da oposição relatadas pelo diário senegalês
que afirma que "não haverá ninguém para aceitar tal desprezo que só favorecerá os caluniadores e difamadores
de Benno Siggil Sénégal, incluindo o PDS e companhia".
É preciso lembrar que logo depois das eleições presidenciais de 1993, que opuseram o então Presidente cessante,
Abdou Diouf, a Abdoulaye Wade (atual chefe de Estado), o presidente do Conselho Constitucional, Kéba Mbaye,
demitiu-se, recusando-se a divulgar os resultados das eleições.
O seu adjunto, Babacar Sèye, foi assassinado. E foi preciso designar um sucessor a Kéba Mbaye, na pessoa de
Youssou Ndiaye, que proclamou os resultados favoráveis a Abdou Diouf, levando assim o entã candidato derrotado,
Abdoulaye Wade, a exilar-se mais tarde.
Um outro diário senegalês, L'Observateur, 24 horas mais cedo, relatava a declaração musculosa do presidente
da União das Juventudes Trabalhistas e Liberais (UJTL), uma das alas dinâmicas do partido no poder.
Segundo o presidente da UJTL "esta poção mágica de Tanor ao seu amigo Gbagbo para se manter no poder é a que
ele e alguns tenores do PS quiseram utilizar a 19 de Março de 2000 (data da proclamação dos resultados da segunda volta
das eleições presidenciais), mas corajosamente rejeitada por Abdou Diouf (o Presidente cessante)".
Anunciando na sua primeira página, sob o título :"Eu Não Fui Comprendido", uma entrevista do primeiro secretário do PS,
o L'Observateur só conseguiu obter do responsável socialista , por falta duma mea culpa, a sua teimosia,
declarando "orgulhar-se de ser o inspirador e o primeiro animador" dum mal-estar criado pelo seu apoio ao
golpe de força de Laurent Gbagbo.
"Este mal-estar de que vocês falam são doenças infantis necessárias a um bom crescimento, a uma bonita
solidez. É a nossa respiração de democracia interna que não se encontra em lado nenhum", acrescenta Dieng.
-0- PANA SSB/AAS/FK/DD 08Dez2010
Presidente cessante deste país, Laurent Gbagbo, está a ser interpetrado de diversas maneiras nas coluna
s da imprensa senegalesa que se preocupa em gerir com antecedência a eventualidade da duplicação do
"cenário Gbagbo" no Senegal onde as eleições presidenciais estão previstas para o início de 2012.
Com efeito, na origem desta situação está o primeiro secretário do Partido Socialista Senegalês (PS,
oposição), Ousmane Tanor Dieng, única voz política em África a afirmar alto e forte o seu apoio a Laurent
Gbagbo, juntando assim o seu partido a este pequeno ciclo vicioso constituído pela Rússia e pela China.
Este apoio, que provocou reações diversas no seio da classe política senegalesa, não deixou indiferente a
imprensa que defende muitas as vezes a oposição reunida no seio da coligação Bennoo Siggil Sénégal da qual
o PS é o ponta-de-lança.
"Tanor Dieng entre Erro Monumental, Amnésia e Vergonha ", intitula o Le Quotidien (diário independente) que
afirma que "Tanor só pode congratular-se com a eleição de Gbagbo, pois o seu gesto explica isso.".
Para o ilustrar, o diário lembra ao líder do Partido Socialista que este cenário (o de Gbagbo) assemelha-se
em vários aspetos ao das eleições de 1993 ( no Senegal) sob o regime do Partido Socialista, em que se assistiu
à demissão de Kéba Mbaye ( o então presidente do Conselho Constitucional), ao assassinato de Babacar Sèye
(então vice-presidente deste Conselho), depois à proclamação dos resultados por Youssou Ndiaye (sucessor de
Kéba Mbaye) com mais de 21 dias de espera".
Quando se sabe que uma verdadeira guerra psicológica opõe a coligação da oposição senegalesa ao Partido
Democrático Senegalês (PDS, no poder), desde o anúncio da candidatura do atual Presidente Abdoulaye Wade
às próximas eleições presidenciais, compreende-se as preocupações da oposição relatadas pelo diário senegalês
que afirma que "não haverá ninguém para aceitar tal desprezo que só favorecerá os caluniadores e difamadores
de Benno Siggil Sénégal, incluindo o PDS e companhia".
É preciso lembrar que logo depois das eleições presidenciais de 1993, que opuseram o então Presidente cessante,
Abdou Diouf, a Abdoulaye Wade (atual chefe de Estado), o presidente do Conselho Constitucional, Kéba Mbaye,
demitiu-se, recusando-se a divulgar os resultados das eleições.
O seu adjunto, Babacar Sèye, foi assassinado. E foi preciso designar um sucessor a Kéba Mbaye, na pessoa de
Youssou Ndiaye, que proclamou os resultados favoráveis a Abdou Diouf, levando assim o entã candidato derrotado,
Abdoulaye Wade, a exilar-se mais tarde.
Um outro diário senegalês, L'Observateur, 24 horas mais cedo, relatava a declaração musculosa do presidente
da União das Juventudes Trabalhistas e Liberais (UJTL), uma das alas dinâmicas do partido no poder.
Segundo o presidente da UJTL "esta poção mágica de Tanor ao seu amigo Gbagbo para se manter no poder é a que
ele e alguns tenores do PS quiseram utilizar a 19 de Março de 2000 (data da proclamação dos resultados da segunda volta
das eleições presidenciais), mas corajosamente rejeitada por Abdou Diouf (o Presidente cessante)".
Anunciando na sua primeira página, sob o título :"Eu Não Fui Comprendido", uma entrevista do primeiro secretário do PS,
o L'Observateur só conseguiu obter do responsável socialista , por falta duma mea culpa, a sua teimosia,
declarando "orgulhar-se de ser o inspirador e o primeiro animador" dum mal-estar criado pelo seu apoio ao
golpe de força de Laurent Gbagbo.
"Este mal-estar de que vocês falam são doenças infantis necessárias a um bom crescimento, a uma bonita
solidez. É a nossa respiração de democracia interna que não se encontra em lado nenhum", acrescenta Dieng.
-0- PANA SSB/AAS/FK/DD 08Dez2010