PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Imprensa maliana dividida entre aprovação e rejeição das decisões da CEDEAO
Bamako, Mali (PANA) - A imprensa maliana esteve dividida esta terça-feira entre aprovação e rejeição das decisões dos chefes de Estado da CEDEAO de prolongar a transição no Mali por um período de 12 meses, definir o mandato dos seus órgãos, nomeadamente do Presidente da República interino, do primeiro-ministro e do Governo no mesmo período e desdobrar uma força regional para ajudar o país a reconquistar a sua integridade territorial.
O diário nacional «L’Essor» anunciou, na sua primeira página, que o Comité Nacional para o Relançamento da Democracia e Restauração do Estado (CNRDRE), autor do golpe de Estado de 22 março passado, marcou o seu desacordo e qualificou de "vias de facto" a situação em que se envolveram a CEDEAO e a junta militar no último fim de semana e que conseguiu eclipsar a tensão ocasionada pela divulgação da lista do Governo.
O diário privado «Info-Matin», refletindo os pontos de vista opostos sob o regime do Presidente deposto Amadou Toumani Touré, considera, por seu turno, que o povo e o seu Exército dizem "não" às decisões da CEDEAO que apresenta como «uma afronta institucional e uma cacofonia jurídica", enquanto considera a eventual presença de uma força estrangeira em solo maliano como "um confisco da soberania maliana e um unilateralismo da organização regional".
Por sua vez, «Les Echos», diário próximo à ADEMA, formação maioritária na Assembleia nacional, indica que o CNRDRE diz "não" à prolongação do mandato do Presidente interino, Dioncounda Traoré, antes de se interrogar se o Mali não se dirige para um novo braço de ferro entre CEDEAO e os militares golpistas.
«Em relação aos últimos desenvolvimento da atualidade, tudo leva a acreditar nisto com a rejeição pelo CNRDRE de qualquer ideia de prorrogação do mandato do Presidente interino após os 40 dias previstos pela Constituição», escreve o Les Echos que se insurge contra a atitude dos militares malianos, afirmando que de nada serve aos Malianos continuar a enganar-se, pois "não têm nem exército nem equipamentos".
Para já, segundo Les Echos, eles (os Malianos) devem "engolir" os seus sentimentos pessoais para compreender a necessidade de ajuda estrangeira e para o CNRDRE que "não tem nenhum estatuto jurídico que lhe permita agir em nome do país".
«Quando é que estes militares vão entender que o seu lugar é nas casernas para elaborar estratégias de reconquista das regiões norte do Mali ?», ressaltou o jornal.
O "L’Indépendant", um diário privado, acredita que o CNRDRE está condenado a desaparecer e que está a reduzir-se a margem de manobra da junta militar que tomou o poder em Bamako na madrugada de 22 de março de 2012.
Para este jornal, a cimeira da CEDEAO visou dirigir uma mensagem clara à junta militar de que «já não tem mais nenhum papel a desempenhar na gestão dos assuntos públicos do Mali já que as instituições voltaram a funcionar e normalmente».
«A menos que queiram mergulhar o país num novo ciclo de violência com consequências incalculáveis e expor-se a sanções, os golpistas deverão fazer prova de razão e de bom senso, retirando-se da cena política onde não têm nada a fazer, e dissolvendo o CNRDRE, uma corporação estrangeira, ilegal e sem utilidade no campo institucional do Mali», sublinha L’Indépendant.
-0- PANA GT/AAS/CJB/IZ 01maio2012
O diário nacional «L’Essor» anunciou, na sua primeira página, que o Comité Nacional para o Relançamento da Democracia e Restauração do Estado (CNRDRE), autor do golpe de Estado de 22 março passado, marcou o seu desacordo e qualificou de "vias de facto" a situação em que se envolveram a CEDEAO e a junta militar no último fim de semana e que conseguiu eclipsar a tensão ocasionada pela divulgação da lista do Governo.
O diário privado «Info-Matin», refletindo os pontos de vista opostos sob o regime do Presidente deposto Amadou Toumani Touré, considera, por seu turno, que o povo e o seu Exército dizem "não" às decisões da CEDEAO que apresenta como «uma afronta institucional e uma cacofonia jurídica", enquanto considera a eventual presença de uma força estrangeira em solo maliano como "um confisco da soberania maliana e um unilateralismo da organização regional".
Por sua vez, «Les Echos», diário próximo à ADEMA, formação maioritária na Assembleia nacional, indica que o CNRDRE diz "não" à prolongação do mandato do Presidente interino, Dioncounda Traoré, antes de se interrogar se o Mali não se dirige para um novo braço de ferro entre CEDEAO e os militares golpistas.
«Em relação aos últimos desenvolvimento da atualidade, tudo leva a acreditar nisto com a rejeição pelo CNRDRE de qualquer ideia de prorrogação do mandato do Presidente interino após os 40 dias previstos pela Constituição», escreve o Les Echos que se insurge contra a atitude dos militares malianos, afirmando que de nada serve aos Malianos continuar a enganar-se, pois "não têm nem exército nem equipamentos".
Para já, segundo Les Echos, eles (os Malianos) devem "engolir" os seus sentimentos pessoais para compreender a necessidade de ajuda estrangeira e para o CNRDRE que "não tem nenhum estatuto jurídico que lhe permita agir em nome do país".
«Quando é que estes militares vão entender que o seu lugar é nas casernas para elaborar estratégias de reconquista das regiões norte do Mali ?», ressaltou o jornal.
O "L’Indépendant", um diário privado, acredita que o CNRDRE está condenado a desaparecer e que está a reduzir-se a margem de manobra da junta militar que tomou o poder em Bamako na madrugada de 22 de março de 2012.
Para este jornal, a cimeira da CEDEAO visou dirigir uma mensagem clara à junta militar de que «já não tem mais nenhum papel a desempenhar na gestão dos assuntos públicos do Mali já que as instituições voltaram a funcionar e normalmente».
«A menos que queiram mergulhar o país num novo ciclo de violência com consequências incalculáveis e expor-se a sanções, os golpistas deverão fazer prova de razão e de bom senso, retirando-se da cena política onde não têm nada a fazer, e dissolvendo o CNRDRE, uma corporação estrangeira, ilegal e sem utilidade no campo institucional do Mali», sublinha L’Indépendant.
-0- PANA GT/AAS/CJB/IZ 01maio2012