Importações aumentaram 25,5% e exportações diminuíram 3% em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - Importações de Cabo Verde aumentaram 25,5 por cento, em 2022, enquanto as exportações diminuíram três por cento durante o mesmo período, apurou a PANA de fonte oficial.
De acordo com o Índice de Preços do Comércio Externo apurados pelo Instituto Naciinal de Estatísticas (INE), os preços de produtos importados aumentaram em 19,9 por cento em 2022, valor superior em 21,3 pontos percentuais (p.p.) face ao registado no ano anterior.
“O índice de preços na importação situou-se em 114,9, tendo conhecido um acréscimo de 19,9 por cento relativamente ao ano anterior, e os índices subjacentes e voláteis na importação registaram, em 2022, acréscimos de 19,8 por cento e 20,3 por cento, respetivamente, face ao ano 2022.
Conforme a mesma fonte, as variações positivas mais significativas, e que contribuíram para a evolução positiva do índice, ocorreram nas categorias “Bens de Consumo” com 21,9 ppr cento e que é justificada, sobretudo com a subida dos preços de “produtos alimentares primários" e “produtos alimentares transformados."
De seguida, aparecem “Bens Intermédios” representando 13,9 por cento em resultado fundamentalmente da subida dos preços de “produtos transformados para a construção” e “peças para material de transporte”, “os bens de capital” (3,3 por cento) justificada pela subida dos preços de “máquinas” (2,8 por cenro) e “combustíveis” (24,8 por cento) justificada com a subida da única subcategoria, denominada “Combustíveis” (24,8 por cento).
Segundo o INE, os 10 principais produtos importados por aquele arquipélago africano atingiram 55,9 por cento do montante total das importações de Cabo Verde, (contra os 54,8 por cento alcançados por esses produtos no ano transato).
Combustíveis (19,2 por cento), carnes e miudezas (4,0 por cento) e o arroz (3,1 por cento), com maiores aumentos, foram os três principais produtos importados por Cabo Verde no ano transato, enquanto veículos automóveis (-4,6 por cento), máquinas e motores (-4,7 por cento, reatores e caldeiras (-5,7 por cento) e ferro e suas obras (-5,8 por cento) sofreram maiores diminuições, comparativamente ao ano de 2021.
No que se refere às exportações de Cabo Verde no ano passado, elas totalizaram 5.016.000.000.000 escudos (45.000.000 euros), correspondendo a um decréscimo de 153.000.000.000 escudos (3,0 ppr cento) face ao período homólogo.
Já o índice de preços das exportações situou-se em 105,2, correspondendo a um acréscimo de 6,9% face ao ano de 2021 e os índices subjacentes e voláteis na exportação verificaram em 2022, acréscimos de 7,6 por cento e 4,8 por cento respectivamente, face ao ano de 2021.
No ano em estudo, a Europa continuou a ser o principal cliente de Cabo Verde, absorvendo 93,8 por cento do total das exportações do país, um ligeiro aumento em relação ano anterior, que foi de 92,1 por cento.
Comparativamente ao ano anterior, o INE constatou que houve um decréscimo das exportações de Cabo Verde para todos os continentes, com exceção de Ásia/Oceânia.
Relativamente aos países com os quais Cabo Verde mantém relações comerciais, o estudo concluiu que a Espanha liderou o ranking dos principais clientes de Cabo Verde na zona económica europeia, representando 54,7 por cento das exportações cabo-verdianas, registando uma diminuição de 7,7 pontos percentuais em relação a 2021.
Seguem-se Portugal, com 19,3 por cento, aumentando 3,7 pontos percentuais, a Itália está na terceira posição, com 18,8 por cento, os Estados Unidos da América, em quarto lugar, registaram um decréscimo de 2,1 pontos percentuais (7,3 por cento para 5,2 por cento).
Preparados e conservas (70 por cento), vestuários (10,7 por cento) e calçados na terceira posição (5,9 por cento) foram os principais produtos exportados por Cabo Verde durante o ano de 2022, ainda segundo o INE.
"Estes três produtos representaram 86,5% do total das exportações de Cabo Verde, aumentando cerca de 0,9 pontos percentuais, comparativamente ao registado (85,6%) no ano de 2021", explicou o INE.
No que diz respeito às importações, no ano transato aumentaram 25,5 por cento, e o continente europeu, mesmo tendo perdido 3,9 pontos percentuais, continuou a ser o principal fornecedor de Cabo Verde, com um peso de 67,8 por cento do montante total (contra 71,7 por cento do ano transato).
Segue-se a Ásia/Oceânia (17,8 por cento), da América (9,3 por cento), África (3,2 por cento) e do Resto do Mundo (1,9 por cento).
"As exportações do continente europeu para Cabo Verde evoluíram positivamente (18,7 por cento) entre os dois anos em análise. No período em análise, registaram evoluções positivas as importações provenientes da África (82,4 por cento), da América (48,1 por cento), da Ásia e Oceânia (46,6 por cento), no Resto do Mundo, a evolução foi negativa (-21,2 por cento)", escreveu o INE.
Portugal ocupa o primeiro lugar no ranking dos principais países exportadores para Cabo Verde, com 42,7 por cento (-3,8 pontos percentuais), a Espanha no segundo lugar, com 8,6 por cento (2,0 pontos percentuais), Emirados Árabes Unidos (5,2 por cento) e China (5,1 por cento).
As estatísticas mostram que a taxa de variação homóloga dos preços dos produtos exportados fixou-se em 6,9 por cento no ano de 2022, valor superior em 9,3 p.p. face ao registado no ano anterior e que a taxa de variação homóloga registada pelo Índice de Termos de Troca foi de -10,9 por cento, valor inferior em 9,5 p.p. face ao registado no ano anterior.
Em 2022, ainda de acordo com o INE, houve um aumento das reexportações em 66,0 por cento, comparativamente ao período homólogo, o défice da balança comercial aumentou 27,5 por cento e a taxa de cobertura diminuiu em 1,6 pontos percentuais.
-0- PANA CS/DD 31jan2023