PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Importação de alimentos ultrapassa 80 porcento em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – A importação de produtos alimentares em Cabo Verde está acima dos 80 porcento das necessidades da população do arquipélago, revela um estudo intitulado "Análise do Impacto do aumento dos Preços Internacionais dos Alimentos", divulgado quarta-feira, na cidade da Praia.
O estudo, divulgado por ocasião de um ateliê para a “Validação das Medidas de Atenuação do impacto da alta de preços internacionais dos alimentos em Cabo Verde”, destaca a situação vulnerável do país e recomenda um melhor aproveitamento dos recursos localmente disponíveis, com vista a equacionar o problema alimentar de uma forma mais realista e prática.
Com base em dados sobre a produção e importação de alguns produtos, o estudo dá conta da relação entre o consumo e o aumento dos preços com reflexo na economia.
A este propósito, constata-se que, em 2011, o aumento dos preços dos produtos foi de 2,5 porcento, na mesma proporção do consumo (2,5 porcento).
O comércio aumentou em 6,5 porcento depois da estagnação em 2009, enquanto o stock teve no ano passado um aumento de 3,2 porcento.
Por outro lado, a produção, em 2011, teve uma redução de 3,8 porcento, enquanto o comércio e o stock final também tiveram reduções em relação ao ano anterior na ordem de 1,6 porcento e 1,5 porcento, respetivamente.
De acordo com esse documento, a produção de milho, produto de maior consumo no arquipélago, registou, no ano passado, um aumento de apenas 0,7 porcento, quando o consumo aumentou em 2,8 porcento e o comércio 8,1 porcento em relação ao ano anterior.
O estudo conclui que, perante este quadro, regista-se uma grande erosão nos stocks que têm diminuído em 11,5 porcento, apesar das importações dos produtos alimentares básicos e de, em particular, os cereais apresentarem alguma estabilidade em termos de quantidades, ou seja, o arroz, o trigo, a farinha de trigo e o milho totalizam cerca de 75 mil toneladas, e o conjunto dos produtos básicos cerca de 105 mil toneladas, no período 2008 a 2011.
Neste âmbito, o estudo sugere o melhoramento da informação fornecida pela Agência Nacional de Segurança Alimentar (ANSA), no que tange aos preços, consumo e stock dos principais produtos alimentares, assim como uma maior divulgação nos media, com destaque para a utilização das rádios locais e dos operadores privados nas zonas rurais.
Um melhor aproveitamento dos recursos localmente disponíveis, encorajando a produção local de alimentos e a redução dos custos dos transportes inter-ilhas, figura também entre as recomendações do estudo.
Segundo o documento, a melhoria da situação e o bem-estar da população tem que passar ainda pela promoção das atividades que geram emprego e aumentam o rendimento familiar para que o mesmo possa acontecer em relação ao poder de compra das famílias cabo-verdianas.
O estudo, apresentado pelo consultor Floresvindo Barbosa, evidencia a situação da segurança alimentar em Cabo Verde e o papel dos vários intervenientes do sistema em termos de aprovisionamento dos bens alimentares básicos, incluindo algumas informações adicionais sobre a produção nacional de alguns cereais.
"O nosso objetivo ao elaborar esse estudo foi não só fazer recomendações, mas mostrar que o Governo, ao longo dos anos, tem tomado medidas para atenuar o aumento dos preços dos produtos alimentares a nível nacional", realçou o consultor.
No que concerne às recomendações e conclusões, o estudo enfatiza a necessidade de se proceder a uma análise mais aprofundada do impacto do aumento dos preços dos combustíveis na economia cabo-verdiana, tendo em vista o peso desses produtos na estrutura das importações, sem esquecer que a crise mundial afetou drasticamente os países mais pobres, principalmente os africanos.
-0- PANA CS/IZ 07junho2012
O estudo, divulgado por ocasião de um ateliê para a “Validação das Medidas de Atenuação do impacto da alta de preços internacionais dos alimentos em Cabo Verde”, destaca a situação vulnerável do país e recomenda um melhor aproveitamento dos recursos localmente disponíveis, com vista a equacionar o problema alimentar de uma forma mais realista e prática.
Com base em dados sobre a produção e importação de alguns produtos, o estudo dá conta da relação entre o consumo e o aumento dos preços com reflexo na economia.
A este propósito, constata-se que, em 2011, o aumento dos preços dos produtos foi de 2,5 porcento, na mesma proporção do consumo (2,5 porcento).
O comércio aumentou em 6,5 porcento depois da estagnação em 2009, enquanto o stock teve no ano passado um aumento de 3,2 porcento.
Por outro lado, a produção, em 2011, teve uma redução de 3,8 porcento, enquanto o comércio e o stock final também tiveram reduções em relação ao ano anterior na ordem de 1,6 porcento e 1,5 porcento, respetivamente.
De acordo com esse documento, a produção de milho, produto de maior consumo no arquipélago, registou, no ano passado, um aumento de apenas 0,7 porcento, quando o consumo aumentou em 2,8 porcento e o comércio 8,1 porcento em relação ao ano anterior.
O estudo conclui que, perante este quadro, regista-se uma grande erosão nos stocks que têm diminuído em 11,5 porcento, apesar das importações dos produtos alimentares básicos e de, em particular, os cereais apresentarem alguma estabilidade em termos de quantidades, ou seja, o arroz, o trigo, a farinha de trigo e o milho totalizam cerca de 75 mil toneladas, e o conjunto dos produtos básicos cerca de 105 mil toneladas, no período 2008 a 2011.
Neste âmbito, o estudo sugere o melhoramento da informação fornecida pela Agência Nacional de Segurança Alimentar (ANSA), no que tange aos preços, consumo e stock dos principais produtos alimentares, assim como uma maior divulgação nos media, com destaque para a utilização das rádios locais e dos operadores privados nas zonas rurais.
Um melhor aproveitamento dos recursos localmente disponíveis, encorajando a produção local de alimentos e a redução dos custos dos transportes inter-ilhas, figura também entre as recomendações do estudo.
Segundo o documento, a melhoria da situação e o bem-estar da população tem que passar ainda pela promoção das atividades que geram emprego e aumentam o rendimento familiar para que o mesmo possa acontecer em relação ao poder de compra das famílias cabo-verdianas.
O estudo, apresentado pelo consultor Floresvindo Barbosa, evidencia a situação da segurança alimentar em Cabo Verde e o papel dos vários intervenientes do sistema em termos de aprovisionamento dos bens alimentares básicos, incluindo algumas informações adicionais sobre a produção nacional de alguns cereais.
"O nosso objetivo ao elaborar esse estudo foi não só fazer recomendações, mas mostrar que o Governo, ao longo dos anos, tem tomado medidas para atenuar o aumento dos preços dos produtos alimentares a nível nacional", realçou o consultor.
No que concerne às recomendações e conclusões, o estudo enfatiza a necessidade de se proceder a uma análise mais aprofundada do impacto do aumento dos preços dos combustíveis na economia cabo-verdiana, tendo em vista o peso desses produtos na estrutura das importações, sem esquecer que a crise mundial afetou drasticamente os países mais pobres, principalmente os africanos.
-0- PANA CS/IZ 07junho2012