Imagens trágicas de tentativa de golpe de Estado não combinam com Estado são-tomense, diz ONU
São Tomé e São Tomé e Príncipe (PANA) - A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que imagens trágicas resultantes da tentativa do golpe de Estado e que "todos vimos no mundo não combinam com São Tomé e Príncipe."
Estas declarações foram feitas à imprensa sábado último pelo representante do Secretário-Geral da ONU em São Tomé e Príncipe, Abdul Abarry, no final de um encontro com o Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova.
Ele reagia à tentativa falhada de golpe de Estado registada sexta-feira última em São Tomé e Príncipe.
A sua presença neste arquipélago inscreve-se no quadro de uma missão conjunta ONU e da Comunidade dos Estados Económicos da Africa Central (CEEAC) cujo objetivo é analisar e compreender as circunstâncias desta tentativa falhada de golpe de Estado no país.
Abdul Abarry, representante especial de António Guterres, Secretário-Geral da ONU, acompanhado de Gilberto da Piedade Veríssimo (Angola), presidente da Comissão da CEEAC, desembarcou em São Tomé e Príncipe sábado último, proveniente de Libreville (Gabão), 24 horas depois desta tentativa falhada do golpe de Estado, ocorrida na madrugada do dia anterior, ou seja, sexta-feira entre às zero horas e 45 minutos e as cinco horas da manhã, naquele arquipélago.
Barry disse que a sua presença no país resulta de um pedido formulado pelo chefe do Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova.
Explicou que o seu interlocutor pediu um apoio da ONU para acelerar a reforma da justiça e das forças de segurança de São Tomé e Príncipe.
A missão conjunta da ONU e da CEEAC reuniu-se igualmente com o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Emery Trovoada, no Palácio do Governo, na noite do mesmo sábado, e com altas patentes militares, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, acrescentou.
Por sua vez, Gilberto da Piedade Veríssimo disse que “viemos manifestar a nossa solidariedade ao povo de São Tomé e Príncipe. Lamentamos as mortes que aconteceram.“
Afirmou por outro lado que “sentimos do senhor Presidente da República (são-tomense) a vontade de esclarecer com transparência o que de fato aconteceu.”
Isso vai permitir no futuro que se veja São Tomé e Príncipe como bom aluno da democracia ou um novo São Tomé, um novo São Tomé que não será bom“, sublinhou.
O Presidente da República, que adiou, no mesmo dia, uma visita oficial a Cabo Verde, reuniu domingo (26 de novembro de 2022) o Conselho de Estado para analisar com profundidade a tentativa de Golpe de Estado.
No âmbito das investigações levadas a cabo pela Polícia Judiciaria (PJ), Delfim Neves, ex-presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, encontra-se sob custodia judicial para apuramento das veracidades dos fatos.
Delfim Neves, por sinal, foi candidato às eleições presidências de 2021, foi o terceiro candidato mais votado, tendo sido eleito deputado nas eleições legislativas autárquicas de 25 setembro, ganhas com maioria absoluta pelo Movimento Basta, recém-criado.
O assalto ao Quartel-General das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe resultou em cinco mortes, entre os quais mercenários do extinto Batão Búfalo, que se encontram na morgue do Hospital Ayres de Menezes, enquanto se espera pela chegada de uma equipa de peritos internacionais, anunciou o comunicado do Conselho de Ministros reunido no mesmo sábado.
-0- PANA RMG/DD 28nov2022