Agência Panafricana de Notícias

Ilhas Maurícias condenam Grã-Bretanha após fugas de Wikileaks sobre Chagos

Port-Louis, ilhas Maurícias (PANA) – O Governo maurício condenou, sexta-feira, a Grã-Bretanha pela sua "desonestidade" no projeto da criação de um parque marinho no arquipélago dos Chagos que, segundo o site Wikileaks, tinha como objetivo impedir os autóctones de retomar a posse das suas ilhas.

"Condenamos energicamente a desonestidade dos Britânicos", declarou o ministro maurício dos Negócios Estrangeiros, Arvin Boolell, indicando que as ilhas Maurícias "vão utilizar convenientemente estas notas da Embaixada norte-americana em Londres transmitidas a Washington sobre as verdadeiras razões da criação deste parque marinho no arquipélago dos Chagos".

Segundo Boolell, o seu Governo vai afirmar assim "a sua posição na cena internacional quanto à sua soberania sobre este território separado pela Grã-Bretanha do território maurício em 1965, enquanto se negociava a independência da ilha".

Boolell afirmou que as ilhas Maurícias sustentam que o projeto do parque marinho era apenas um meio para os Britânicos impedirem os nativos de Chagos e os Maurícios de terem acesso às suas ilhas.

De acordo ainda com o chefe da diplomacia maurícia, 50 anos após terem mentido para as ilhas Maurícias que o arquipélago iria servir de sítio de comunicação, "os Britânicos tentaram enganar mais uma vez as ilhas Maurícias".

Boolell negou, por outro lado, as acusações segundo as quais as ilhas Maurícias apenas estavam interessadas pelos direitos de pesca para as Chagos e não pelo destino dos nativos.

"Não cessamos de nos batermos pelo reconhecimento da nossa soberania há anos diante das diversas instâncias internacionais", ressaltou Boolell.

-0- PANA NA/TBM/CJB/IZ 03Dez2010