Agência Panafricana de Notícias

Igreja Católica denuncia "muitas irregularidades" em eleições gerais no Burundi

Bujumbura, Burundi (PANA)  - A poderosa Igreja Católica do Burundi, que representa 65 por cento da população, deplorou esta quarta-feira “muitas irregularidades” nos escrutínios presidencial, legislativo e autárquico de 20 de maio último, baseando-se nos relatórios dos seus dois mil 716 agentes que supervisionaram as operações de voto.

Um comunicado assinado por todos os bispos das oito dioceses católicas do Burundi denuncia pressões alegadamente sofridas por  mandatários para assinar folhas em  branco das atas de apuramento das urnas.

A nota também denuncia um alegado enchimento das urnas, o voto de pessoas falecidas ou de refugiados e as procurações “múltiplas”.

Os signatários deploram, por outro lado, numerosas outras irregularidades, que vão dos votos múltiplos à exclusão de mandatários e observadores dos lugares  de apuramento bem como intimidações.

Lembre-se que o principal opositor, Agathon Rwasa, reivindicou a vitória nestes três escrutínios, sem dar as provas.

O líder do Congresso Nacional para a Liberdade (CNL) ocupou a segunda posição nas eleições presidenciais com 24,19  por cento dos sufrágios expressos.

O candidato do poder, Evarista Ndayishimiye,  foi declarado oficialmente vencedor das eleições presidenciais com quase 69 por cento dos votos.

O Conselho Nacional para a Defesa da Democracia/Forças de Defesa da Democracia (CNDD-FDD, partido no poder) também saiu largamente vencedor das eleições legislativas.

O partido presidencial venceu 72 dos 100 assentos previstos para a futura Assembleia Nacional contra 28 para a oposição.

Para ser definitivos, estes resultados provisórios da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI)  devem ainda ser validados pelo Tribunal Constitucional do país.

O Presidente eleito prestará juramento a 26 de agosto próximo, para um mandato de sete anos renováveis uma vez, segundo a nova lei fundamental do país.

-0- PANA FB/JSG/SOC/FK/IZ 27maio2020