Agência Panafricana de Notícias

Houngbédji rejeita resultados definitivos das presidenciais no Benin

Cotonou, Benin (PANA) - O candidato da União faz a Nação (UN, oposição), Adrien Houngbedji, rejeitou os resultados finais das eleições presidenciais no Benin, anunciados quarta-feira pelo Tribunal Constitucional, dando o Presidente cessante, Yayi Boni, como o vencedor com 53 porcento dos votos.

"A União faz a Nação e o seu candidato confirmam a rejeição destes resultados e mostram-se solidários com o povo espoliado", escreveu Houngbedji num comunicado divulgado quinta-feira em Cotonou.

"Este povo não escolheu Yayi Boni. Há no máximo uma tentativa de o impor. Nós ganhamos estas eleições. O Presidente eleito livremente por este povo de forma regular e sem fraude não é senão o candidato da UN, ou seja, o seu servo ", disse Houngbedji que apareceu na segunda posição dos resultados oficiais.

"Confirmo a minha declaração de 21 de Março de 2011 em todos os pontos, com a mesma serenidade que Galileu às portas do suplício: a verdade acabará prevalecendo", insistiu.

Segundo ele, o que está a acontecer no Benim não é um epifenómeno, mas "um ataque contra a democracia e o Estado de direito".

"Esta regressão é intolerável. Pretende-se levar o Benin ao nível das Repúblicas das bananas. Todos os indicadores assim o revelam. Militarização sistemática, repressão cega e selvagem, ameaças abertas, várias manipulações, campanha digna de regimes totalitários a tal ponto que já nem podemos mais ouvir uma rádio internacional como a RFI quando anuncia um debate sobre o nosso país », defende Houngbedji.

"Nenhum patriota no Benim pode ficar indiferente ao que se projeta. Temos um dever sagrado de resistência. Esta luta é a do nosso povo. Eu farei a minha justa parte, toda a minha parte, ao lado da UN e de todas as forças políticas e sociais", prosseguiu.

Ele exorta a comunidade internacional ao discernimento, indicando que « o povo do Benin tembém tem direito a eleições conforme as regras estabelicidas ».

"A violação destas regras e as injustiças que daí resultam são terrenos férteis para a violência e a agitação. O nosso povo deseja profundamente a paz, mas ele também deseja profundamente o direito de escolher livremente os seus dirigentes via eleições justas e transparentes », sentenciou.

Desde o anúncio dos resultados provisórios, várias manifestações da oposição foram reprimidas pela Polícia, em Cotonou e em Porto Novo, capitais económica e administrativa respetivamente.

A Coligação ABT do candidato Abdoulaye Bio Tchané também pediu a anulação das eleições, enquanto o Presidente Boni já recebeu mensagens de felicitações de França, da União Europeia e da China.

Ele será empossado quarta-feira para um segundo mandato de cinco anos como chefe de Estado.

-0- PANA IT/AAS/IBA/CCF/IZ 31março2011