PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Histórico militante do MPLA insiste na demissão de Eduardo dos Santos
Luanda, Angola (PANA) - Ambrósio Lukoki, histórico militante do partido no poder em Angola (MPLA), voltou a exigir a "demissão imediata" de José Eduardo dos Santos da liderança desta formação política que governa o país desde a Independência, há 42 anos.
Para Lukoki, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) teria perdido as eleições gerais de agosto passado, se Eduardo dos Santos tivesse sido o cabeça-de-lista.
Em conversa com ouvintes e internautas amplamente reproduzida nas redes sociais, no fim de semana, Lukoki classificou José Eduardo dos Santos de “camaleão” que a cada momento muda de opinião, segundo a sua conveniência e que, por isso, "não sabe se vai cumprir a promessa de deixar a política ativa em 2018".
"José Eduardo dos Santos deixou miséria e pobreza", sentenciou o antigo ministro da Educação e embaixador, acusando o agora ex-Presidente da República de "dirigir o partido e o país à sua maneira e a seu favor, sem se preocupar com o povo".
Em contrapartida, Ambrósio Lukoki, também antigo membro do Comité Central do MPLA, órgão que ele integrou por mais de 40 anos, diz que, agora com o novo Presidente da República, “Angola está em mudanças” e que “em três meses João Lourenço deu-nos a esperança que não tínhamos”, na era de José Eduardo dos Santos.
Elogiou a campanha de João Lourenço, atual Presidente da República, de “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”, e disse acreditar que as suas políticas "vão mostrar um Governo a trabalhar, finalmente, pelo povo”.
Lukoki manteve esta interação com ouvintes radiofónicos e internautas pouco depois de ter convocado uma conferência de imprensa, em Luanda, em que pediu, pela primeira vez, a demissão "urgente e imediata" de José Eduardo dos Santos da presidência do partido.
Já em agosto de 2016, nas vésperas do VII Congresso do MPLA, Ambrósio Lukoki tinha marcado politicamente o momento ao anunciar que renunciava ao seu lugar no Comité Central do partido por nele já não se rever ideologicamente.
Na altura, considerou igualmente que aquele órgão (Comité Central) não estava a desempenhar as suas funções.
Com a vitória do MPLA nas eleições gerais de 23 de agosto de 2017 que colocou João Lourenço na Presidência da República em substituição de José Eduardo dos Santos, este último manteve-se contudo na liderança do partido fundado por António Agostinho Neto.
Mas Ambrósio Lukoki entende hoje que "pela credibilidade republicana, ética e moral, convém José Eduardo dos Santos demitir-se de imediato do posto de presidente do partido MPLA", sob pena de este "descambar ou degenerar".
Neste momento, frisou, as principais iniciativas do novo Presidente da República "colhem os bons sentimentos dos militantes de base do partido alimentando a sua esperança".
"José Eduardo dos Santos é o tal reinado absolutista de quase 40 anos, é a tal tomada de refém do povo angolano, é o tal regime de corrupção abjecta que, como regime profundamente corrompido, corrompe cada vez mais e espalha a corrupção aos bajuladores", sentenciou.
Expressando o seu apoio a João Lourenço, Lukoki entende que, com Eduardo dos Santos, o partido MPLA dá a impressão de não ter projetos concretizáveis "para além das suas pretensões ou ambições desconectadas da situação de Angola em renovação".
"Se a refundação significa somente uma preservação, então para o partido MPLA virá o tempo de evaporação", frisou, alertando que "é preciso que, numa visão prospetiva, o partido tenha uma estratégia bem articulada".
"O MPLA tem que ter um presidente apurado pelo partido, e sobretudo um líder na capacidade de o encarnar, pelo que é muito imperioso legitimar João Lourenço" na liderança desta força política, defende o veterano do MPLA.
Quando anunciou a sua saída do Comité Central do MPLA, em 2016, Ambrósio Lukoki denunciou, na altura, que este órgão deliberativo do partido se limitava "a aprovar decisões impostas" (pelo líder), considerando a saída de José Eduardo dos Santos como "essencial para alterar esta situação".
Durante a conferência de imprensa, o diplomata questionou também a popularidade de José Eduardo dos Santos, afirmando que "a sua impopularidade atingiu o recorde e está a afetar o próprio MPLA".
-0- PANA IZ 25nov2017
Para Lukoki, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) teria perdido as eleições gerais de agosto passado, se Eduardo dos Santos tivesse sido o cabeça-de-lista.
Em conversa com ouvintes e internautas amplamente reproduzida nas redes sociais, no fim de semana, Lukoki classificou José Eduardo dos Santos de “camaleão” que a cada momento muda de opinião, segundo a sua conveniência e que, por isso, "não sabe se vai cumprir a promessa de deixar a política ativa em 2018".
"José Eduardo dos Santos deixou miséria e pobreza", sentenciou o antigo ministro da Educação e embaixador, acusando o agora ex-Presidente da República de "dirigir o partido e o país à sua maneira e a seu favor, sem se preocupar com o povo".
Em contrapartida, Ambrósio Lukoki, também antigo membro do Comité Central do MPLA, órgão que ele integrou por mais de 40 anos, diz que, agora com o novo Presidente da República, “Angola está em mudanças” e que “em três meses João Lourenço deu-nos a esperança que não tínhamos”, na era de José Eduardo dos Santos.
Elogiou a campanha de João Lourenço, atual Presidente da República, de “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”, e disse acreditar que as suas políticas "vão mostrar um Governo a trabalhar, finalmente, pelo povo”.
Lukoki manteve esta interação com ouvintes radiofónicos e internautas pouco depois de ter convocado uma conferência de imprensa, em Luanda, em que pediu, pela primeira vez, a demissão "urgente e imediata" de José Eduardo dos Santos da presidência do partido.
Já em agosto de 2016, nas vésperas do VII Congresso do MPLA, Ambrósio Lukoki tinha marcado politicamente o momento ao anunciar que renunciava ao seu lugar no Comité Central do partido por nele já não se rever ideologicamente.
Na altura, considerou igualmente que aquele órgão (Comité Central) não estava a desempenhar as suas funções.
Com a vitória do MPLA nas eleições gerais de 23 de agosto de 2017 que colocou João Lourenço na Presidência da República em substituição de José Eduardo dos Santos, este último manteve-se contudo na liderança do partido fundado por António Agostinho Neto.
Mas Ambrósio Lukoki entende hoje que "pela credibilidade republicana, ética e moral, convém José Eduardo dos Santos demitir-se de imediato do posto de presidente do partido MPLA", sob pena de este "descambar ou degenerar".
Neste momento, frisou, as principais iniciativas do novo Presidente da República "colhem os bons sentimentos dos militantes de base do partido alimentando a sua esperança".
"José Eduardo dos Santos é o tal reinado absolutista de quase 40 anos, é a tal tomada de refém do povo angolano, é o tal regime de corrupção abjecta que, como regime profundamente corrompido, corrompe cada vez mais e espalha a corrupção aos bajuladores", sentenciou.
Expressando o seu apoio a João Lourenço, Lukoki entende que, com Eduardo dos Santos, o partido MPLA dá a impressão de não ter projetos concretizáveis "para além das suas pretensões ou ambições desconectadas da situação de Angola em renovação".
"Se a refundação significa somente uma preservação, então para o partido MPLA virá o tempo de evaporação", frisou, alertando que "é preciso que, numa visão prospetiva, o partido tenha uma estratégia bem articulada".
"O MPLA tem que ter um presidente apurado pelo partido, e sobretudo um líder na capacidade de o encarnar, pelo que é muito imperioso legitimar João Lourenço" na liderança desta força política, defende o veterano do MPLA.
Quando anunciou a sua saída do Comité Central do MPLA, em 2016, Ambrósio Lukoki denunciou, na altura, que este órgão deliberativo do partido se limitava "a aprovar decisões impostas" (pelo líder), considerando a saída de José Eduardo dos Santos como "essencial para alterar esta situação".
Durante a conferência de imprensa, o diplomata questionou também a popularidade de José Eduardo dos Santos, afirmando que "a sua impopularidade atingiu o recorde e está a afetar o próprio MPLA".
-0- PANA IZ 25nov2017