Agência Panafricana de Notícias

Guineenses satisfeitos com marcação da 2ª volta das presidenciais

Conakry- Guiné-Conakry (PANA) -- Os Guineenses exprimiram a sua satisfação na sequência da fixação da data de 19 de Setembro próximo para a segunda volta das eleições presidenciais que oporá o líder da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG), Cellou Dalien Diallo, ao candidato da Coligação do Povo da Guiné (RPG), Alpha Condé.
A data proposta pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) foi aprovada pela Presidência da República e pelo Conselho Nacional de Transição (CNT) após o acordo dos dois candidatos, recebidos segunda-feira pelo Presidente de transição, general Sékouba Konaté.
Os empresários afirmam que já era sem tempo para se pôr termo a esta longa espera que prejudica as suas atividades desde o início do período de transição no país onde uma Junta militar tomou o poder a 23 de Dezembro de 2008.
O atraso registado na realização da segunda volta deveu-se aos inúmeros disfuncionamentos, denunciados pelo primeiro-ministro Jean Marie Doré, que marcaram a primeira volta, organizada a 27 de Junho último.
O Governo reconheceu que o escrutínio foi marcado por vários problemas, nomeadamente a má divisão em círculos eleitorais que não permitiu a milhares de cidadãos votar na Alta-Guiné (leste) e na Guiné Florestal (sul), para além de casos de fraudes confirmados.
Os 24 candidatos da primeira volta denunciaram todos casos de fraude após a publicação, em Julho último, dos resultados provisórios pela CENI.
O Tribunal Supremo, que divulgou os resultados definitivos, anulou os resultados da Alta-Guiné que possui mais de um milhão de eleitores, alegando que as atas das assembleias de voto desta localidade, bastião da RPG, não foram transmitidas pela CENI.
A RPG apresentou queixa contra o responsável de planificação da CENI, El Hadj Boubacar Diallo, acusado de ter "deliberadamente procedido" a uma má divisão em círculos eleitorais e subtraído as atas da Alta Guiné.
Durante as eleições presidenciais de 1993, a anulação das atas da Alta-Guiné permitiu ao finado Presidente Lansana Conté vencer de novo o escrutínio e permanecer no poder até à sua morte, a 22 de Dezembro último na sequência duma prolongada doença.