Agência Panafricana de Notícias

Guiné Conakry terá nova Constituição, diz Presidente Condé

Conakri, Guiné (PANA) – A Guiné Conakry terá brevemente uma nova Constituição para avançar o país em vários domínios, anunciou no fim de semana o Presidente Alpha Condé.

“Que o desejem ou não, a Guiné Conakry vai avançar e ninguém poderá parar o comboio da Guiné”, reiterou Condé, no último fim de semana, em Fria, a cerca de 160 quilómetros no norte da cidade capital, Conakry.

O chefe do Estado guineense fez esta declaração em língua local "soussou", num estádio cheio de gente, onde devia começar a inaugurar infraestruturas socioeconómicas, financiadas pelo Estado,

"A Guiné Conakry será dotada duma nova Constituição porque queremos que a situação das mulheres e das crianças mude”, friou Condé, freneticamente aplaudido pelos populares.

Durante a sua intervenção retransmitida pela Rádio Televisão de Guiné (RTG), o chefe do Estado prometeu às mulheres, particularmente as mobilizadas, conceder-lhes brevemente 200 milhões de francos guineenses (mais de 19 mil dólares americanos) para financiar projetos.

A declaração do Presidente Condé sobre a inevitabilidade duma nova Constituição surpreendeu vários observadores que  esperam por um endurecimento do braço-de-ferro com a Frente Nacional para a Defesa da Constituição (FNDC, oposição), oposta a um referendo, organizando regularmente, desde outubro último, manifestações de protesto que já fizeram numerosos mortos, nomeadamente jovens.

Na véspera da visita do chefe do Estado à uma cidade mineira de Fria, chefes religiosos (cristãos e muçulmanos) reuniram-se com  responsáveis da FNDC, exortando-lhes a adiarem as suas manifestações.

Assim sendo, as manifestações previstas para terça e quinta-feiras próximas foram suspensas para permitir aos líderes religiosos intervirem a fim de encontrarem uma resolução para a crise sociopolítica.

"Decidimos suspender as manifestações da semana próxima em todo o território nacional para darmos a oportunidade aos religiosos que tentam encontrar uma solução para a crise”, sublinha um comunicado da FNDC, cuja cópia foi transmitida à PANA.

Porém, a FNDC advertiu que está  determinada a retomar as manifestações citadinas, em caso de as negociações entre o Governo e os líderes religiosos fracassarem.

-0- PANA AC/JSG/SOC/MAR/DD 2fev2020