Agência Panafricana de Notícias

Guiné-Bissau reconsidera suspensão de jornal independente

Bissau, Guiné-Bissau (PANA) – A ministra da Comunicação Social e Porta-voz do Governo da Guiné-Bissau, Adiatu Nandigna, anunciou a anulação da decisão de suspender o semanário independente "Última Hora", posto em causa devido ao tratamento dado ao relatório do Departamento de Estado norte-americano que acusa soldados comandados pelo atual chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, o general António Indjai, do assassinato do ex-Presidente João Bernardo "Nino" Vieira.

"Em nome do Governo e em meu nome pessoal, lanço um vibrante apelo aos órgãos de comunicação social e, particularmente, ao jornal Última Hora no sentido de adequarem as suas linhas editoriais aos superiores interesses da Guiné-Bissau, sob pena de o Executivo fazer uso das suas prerrogativas legais para cancelar definitivamente as licenças entretanto concedidas", exortou Adiatu Nandigna durante uma conferência de imprensa quarta-feira em Bissau.

Ela afirmou que a anulação da decisão de suspender o jornal Última Hora foi tomada depois de uma análise a nível do Governo, do Conselho da Comunicação Social e do Sindicato de jornalistas.

Nandigna enumerou para os jornalistas presentes na conferência de imprensa um leque de artigos que, segundo o Governo, o jornal publicou sem obervar o Código Deontológico.

No termo de uma reunião do Conselho de Ministros na passada sexta-feira, o Governo mandatou a ministra da Comunicação Social a tomar todas as medidas necessárias para a suspensão do jornal Última Hora, que ele acusou de atitudes deliberadas e reiteradas "quando publica notícias que colocam em causa a estabilidade do país".

O Governo também considera que o comportamento do jornal dirigido pelo jornalista Atihzar Mendes visa “amesquinhar o desempenho do Executivo”.

Em reação ao recuo do Governo, Sabino Santos, chefe de redacção do Última Hora, disse que ainda está a ser analisado o posicionamento do Executivo, mas logo que seja possível será tornada pública a posição do semanário.

Sabino Santos afirmou que o jornal ainda não recebeu nenhuma notificação do Governo sobre a decisão.

-0- LON/TON 21Abril2011