PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Guerra no leste da RDC e acusação da ONU foram marcantes em 2013 no Rwanda
Kigali, Rwanda (PANA) - A guerra que opunha a rebelião congolesa do 23 de Março (M23) às tropas fiéis ao Governo da República Democrático do Congo (RDC) e a acusação contra Rwanda de apoiar o movimento rebelde congolês, contida num relatório controverso de peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) foram os eventos mais marcantes do ano 2013 no Rwanda.
Depois dum breve período de acalmia em 2009, violentos confrontos entre ex-combatentes do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP) reintegrados posteriormente no Exército congolês antes de criar uma nova rebelião do M23, ressurgiram, nomeadamente no início do ano 2013 em várias aldeias da província de Kivu-Sul, no leste da RD Congo.
Esta nova insurreição nesta região fronteiriça do Rwanda suscitou a indignação da comunidade internacional conducente por conseguinte à publicação do relatório controverso realizado por peritos da ONU segundo o qual o Rwanda dava apoios externos a esta rebelião composta essencialmente por Congoleses de expressão "rwandófona".
Contestando o relatório, responsáveis em Kigali, nomeadamente algumas personalidades políticas e militares rwandesas, negaram categoricamente ter sido envolvidas em qualquer ato visando apoiar a insurreição nesta região congolesa abalada por miríade de grupos armados.
O ministro rwandês da Defesa, o general James Kabarebe, uma das personalidades visadas neste relatório saído em outubro de 2012 desmentiu formalmente estas alegações.
Fontes oficiais rwandesas ligam a insurreição dos combatentes do M23 a uma desunião e a desacordos então observados no seio do Exército congolês, atribuídos a ex-combatentes rebeldes do CNDP, então integrados em 2012 no Exército regular congolês.
Depois destas alegações onusinas vivamente contestadas pelos oficiais em Kigali, o Rwanda autorizou imediatamente a retirada de cerca de 357 homens, entre as suas tropas desdobradas desde 2009 no leste da RD Congo no quadro das operações militares conjuntas levadas estreitamente a cabo com o Exército congolês.
O porta-voz do Exército rwandês, o brigadeiro Joseph Nzabamwita, explica que as autoridades congolesas insistem em mostrar à comunidade internacional que o Rwanda apoia a insurreição prevalecente atualmente no leste da RD Congo.
Segundo ele, este tipo de operações não podia perdurar com tantas alegações (por parte das autoridades congolesas), relativamente a um eventual apoio do Rwanda a um movimento rebelde que opera no leste do seu território.
Mas depois de o M23 acabar em outubro de 2013 por ser escorraçado de todas as aldeias para se juntar à mesa de negociações, em conformidade com os acordos de paz com o Governo de Kinshasa, que decorriam em Kampala (capital ugandesa), todas as acusações dos peritos da ONU, contra não só o Uganda mas igualmente o Rwanda, de apoiar a rebelião parecem então ter sido ignoradas.
Igualmente, segundo alguns analistas, a situação de segurança foi nomeadamente complicada pela intervenção da Brigada Especial de Intervenção da ONU que veio reforçar as tropas congolesas para derrotarem os combatentes do M23.
"É certo que alguns meios congoleses ignoram a realidade buscando bodes expiatórios entre os países vizinhos relativamente à situação de insegurança prevalecente Kivu-Norte (leste). Eles não devem esquecer que há uma necessidade de reintegrar os antigos combatentes do M23 cuja nacionalidade congolesa não é contestável", explica François Mutombo, um professor congolês baseado em Kigali.
Nalguns meios inteletuais congoleses no Rwanda, as opiniões são unânimes para confirmar a necessidade urgente de reintegrar o "mais rápido possível" os antigos elementos do M23 atualmente em busca de asilo em vários países vizinhos, incluindo o Rwanda, segundo Mutombo.
A fragilidade aparece com efeito cada vez mais como um facto no seio do Exército congolês que necessita de ser reestruturado em Exército nacional bem formado, disse.
A seu ver, é isto que permitirá reduzir as suspeitas entre países vizinhos e a República Democrática do Congo e encorajar consequentemente outros esforços de integração regional", considera Mutombo.
-0- PANA TWA/JSG/IBA/MAR/DD 30dez2013
Depois dum breve período de acalmia em 2009, violentos confrontos entre ex-combatentes do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP) reintegrados posteriormente no Exército congolês antes de criar uma nova rebelião do M23, ressurgiram, nomeadamente no início do ano 2013 em várias aldeias da província de Kivu-Sul, no leste da RD Congo.
Esta nova insurreição nesta região fronteiriça do Rwanda suscitou a indignação da comunidade internacional conducente por conseguinte à publicação do relatório controverso realizado por peritos da ONU segundo o qual o Rwanda dava apoios externos a esta rebelião composta essencialmente por Congoleses de expressão "rwandófona".
Contestando o relatório, responsáveis em Kigali, nomeadamente algumas personalidades políticas e militares rwandesas, negaram categoricamente ter sido envolvidas em qualquer ato visando apoiar a insurreição nesta região congolesa abalada por miríade de grupos armados.
O ministro rwandês da Defesa, o general James Kabarebe, uma das personalidades visadas neste relatório saído em outubro de 2012 desmentiu formalmente estas alegações.
Fontes oficiais rwandesas ligam a insurreição dos combatentes do M23 a uma desunião e a desacordos então observados no seio do Exército congolês, atribuídos a ex-combatentes rebeldes do CNDP, então integrados em 2012 no Exército regular congolês.
Depois destas alegações onusinas vivamente contestadas pelos oficiais em Kigali, o Rwanda autorizou imediatamente a retirada de cerca de 357 homens, entre as suas tropas desdobradas desde 2009 no leste da RD Congo no quadro das operações militares conjuntas levadas estreitamente a cabo com o Exército congolês.
O porta-voz do Exército rwandês, o brigadeiro Joseph Nzabamwita, explica que as autoridades congolesas insistem em mostrar à comunidade internacional que o Rwanda apoia a insurreição prevalecente atualmente no leste da RD Congo.
Segundo ele, este tipo de operações não podia perdurar com tantas alegações (por parte das autoridades congolesas), relativamente a um eventual apoio do Rwanda a um movimento rebelde que opera no leste do seu território.
Mas depois de o M23 acabar em outubro de 2013 por ser escorraçado de todas as aldeias para se juntar à mesa de negociações, em conformidade com os acordos de paz com o Governo de Kinshasa, que decorriam em Kampala (capital ugandesa), todas as acusações dos peritos da ONU, contra não só o Uganda mas igualmente o Rwanda, de apoiar a rebelião parecem então ter sido ignoradas.
Igualmente, segundo alguns analistas, a situação de segurança foi nomeadamente complicada pela intervenção da Brigada Especial de Intervenção da ONU que veio reforçar as tropas congolesas para derrotarem os combatentes do M23.
"É certo que alguns meios congoleses ignoram a realidade buscando bodes expiatórios entre os países vizinhos relativamente à situação de insegurança prevalecente Kivu-Norte (leste). Eles não devem esquecer que há uma necessidade de reintegrar os antigos combatentes do M23 cuja nacionalidade congolesa não é contestável", explica François Mutombo, um professor congolês baseado em Kigali.
Nalguns meios inteletuais congoleses no Rwanda, as opiniões são unânimes para confirmar a necessidade urgente de reintegrar o "mais rápido possível" os antigos elementos do M23 atualmente em busca de asilo em vários países vizinhos, incluindo o Rwanda, segundo Mutombo.
A fragilidade aparece com efeito cada vez mais como um facto no seio do Exército congolês que necessita de ser reestruturado em Exército nacional bem formado, disse.
A seu ver, é isto que permitirá reduzir as suspeitas entre países vizinhos e a República Democrática do Congo e encorajar consequentemente outros esforços de integração regional", considera Mutombo.
-0- PANA TWA/JSG/IBA/MAR/DD 30dez2013