Agência Panafricana de Notícias

Grupo rebelde nigerino admite progresso nas negociações para paz

Tripoli- Líbia (PANA) -- O líder da Frente Patriótica Nigerina (FPN), uma facção do Movimento Nigerino para a Justiça (MNJ), Aklou Sidi Sidi anunciou quinta-feira em Tripoli que as negociações iniciadas há dois meses com as autoridades líbias culminaram num documento quadro de negociação contendo condições de uma paz definitiva e durável no Níger.
Falando durante uma conferência de imprensa, na qual participaram diferentes responsáveis do movimento, Sidi indicou que o quadro de negociação contém igualmente um programa detalhado de execução da dinâmica de paz que vai do cessar-fogo imediato ao desarmamento.
Acrescentou que a FPN representa a maioria dos combatentes do MNJ, sublinhando a sua disponibilidade e a sua determinação a trabalhar para a restauração da paz no Níger.
Sidi reiterou toda confiança do seu movimento ao guia líbio, Muamar Kadafi, presidente em exercício da União Africana (UA) e alto mediador permanente da paz no espaço da Comunidade dos Estados Sahelo-Sarianos (CEN-SAD) e Amghar de Kel Tamajakh (título honorífico dos tuaregues).
Sidi declarou que a FPN designou a Libia como principal mediador neste conflito porque estima que "se deve encontrar a sua solução num quadro africano e no espaço CEN-SAD".
Instado a pronunciar-se sobre as condições prévias colocadas pelo seu movimento antes de assinar qualquer acordo de paz com o Governo nigerino, Sidi citou uma amnistia geral, a libertação de todos os detidos tuaregues implicados na rebelião, estimados em 200 pessoas, o levantamento de mandado de captura no país, o cessar fogo e a reintegração nas Forças Armadas Nigerinas de todos os desertores.
Convidou às autoridades nigerinas a darem prova de vontade política nesta matéria, estimando que todas as populações e combatentes rebeldes tuaregues do norte do Níger aspiram a uma paz justa e durável.
Sidi exortou ainda ao MNJ a inscrever-se na dinâmica da paz em curso.
A FPN é o segundo movimento dissidente do MNJ dirigido por Agli Alambo após o anúncio da formação, em Junho de 2008, de um movimento baptizado Frente das Forças de Relançamento (FFR).