Agência Panafricana de Notícias

Greve geral prorrogada em Tripoli até partida de milícias

Tripoli, Líbia (PANA) – A Câmara Municipal de Tripoli anunciou o prosseguimento da greve geral na capital e em todos os setores público e privado, exceto os serviços de saúde, as padarias, as farmácias e os bancos, para prestar homenagem às vítimas do massacre de sexta-feira última e em solidariedade com as suas famílias.

Segundo um comunicado da Câmara Municipal lida pelo seu Presidente, Sadat al-Badri, «a greve vai continuada até que as milícias deixem a cidade e as armas sejam retiradas para que Tripoli se torne numa cidade de segurança».

A Câmara Municipal pediu, no seu comunicado, ao Governo para considerar os 47 mortos e os 518 feridos da manifestação de 15 de novembro como os mártires da revolução de 17 de fevereiro.

Ela pediu também a todos os Líbios, em geral, e aos habitantes de Trípoli, em particular, para exigirem a evacuação das milícias armadas da capital « para a edificação duma Líbia unidada pela sua capital eterna”.

O comunicado indicou que os filhos de Tripoli estão em desacordo apenas com os que cometeram crimes contra eles, afirmando que a capital vai apoiar os elementos do Exército e da Polícia e velará por que a segurança e a tranquilidade sejam garantidas para todos.

Neste sentido, o Governo líbio expôs, terça-feira, no Parlamento o plano de evacuação das milícias da capital. O plano recenseou as diferentes milícias armadas que atuam na capital e as suas zonas de implantação precisando as zonas fora de Tripoli onde elas devem ser reinstaladas.

O Governo projeta, após a evacuação das milícias, a elaboração dum segundo plano para a recuperação das armas e a integração dos membros das milícias nas forças de segurança.

Em julho último, uma comissão presidida pelo ministro da Energia, Ali Mohamed Mahrik, foi encarregue de executar a resolução do Congresso Nacional Geral sobre a evacuação dos grupos armados da capital.

No entanto, a comissão suspendeu as suas atividades, em agosto, após a decisão do Presidente do Parlamento que confiou aos ex-rebeldes a missão de garantir a segurança em Tripoli, precisou Mahrik.

O Exército líbio está posicionado desde segunda-feira última na capital na sequência do massacre perpetrado pelas milícias de Misrata que dispararam contra manifestantes sem defesa que pediam a evacuação dos grupos armados da cidade, matando 47 pessoas e ferindo mais de 500 outras.

Os habitantes de Tripoli continuaram terça-feira as manifestações contra a presença das milícias, no terceiro dia da greve geral decretada pela Câmara Municipal.

Por seu lado, o primeiro-ministro, Ali Zeidan, numa tentativa de apaziguar a situação, visitou segunda-feira as famílias das vítimas do massacre de sexta-feira para lhes apresentar as suas consolências. Ele esteve também em Misrata onde se encontrou com as autoridades locais.

-0- PANA AD/IN/TBM/FK/TON 19nov2013