Agência Panafricana de Notícias

Grã-Bretanha saúda absolvição de homossexuais malawís

Blantyre- Malawi (PANA) -- O Governo britânico saudou a libertação do primeiro casal de homossexuais a mostar-se abertamente no Malawi, que foi condenado a 14 anos de prisão por "atos contra natura entre homens e indecência grave", indica um comunicado transmitido domingo à PANA em Blantyre.
"Acolhemos com satisfação a decisão do Presidente malawi, Bingu wa Mutharika, de amnistiar Tiwonge Chimbalanga e Steven Monjeza", lê-se na nota.
O documento explica que a Grã-Bretanha mantém uma colaboração forte e estreita com o Malawi e que é neste quadro "que exprimimos a nossa preocupação por estas condenações ao Governo do Malawi".
O Reino Unido diz-se convencido de que os direitos humanos se aplicam a todos sem distinção de orientação sexual ou do sexo", prossegue o documento.
O Presidente malawí ordenou sábado a libertação do primeiro casal de homossexuais a mostrar-se abertamente no país que foi condenado e encarcerado.
"Eles cometeram um crime contra a nossa cultura, a nossa religião e as nossas leis", insistiu o líder malawí durante uma conferência realizada em Lilongwe, à margem da visita do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
"No entanto, enquanto chefe de Estado, eu desculpo-lhes e ordeno a sua libertação imediata e incondicional", explicou.
Steven Monjeza, de 26 anos de idade, e o seu parceiro de 20 anos, Tiwonge Chimbalanga, foram detidos a 26 de Dezembro de 2009 depois de organizar uma cerimónia pública de noivado.
Mutharika afirmou que, apesar de ele libertar o casal, a homossexualidade continua a ser ilegal no Malawi e que é por esta razão que ele deixou o processo decorrer normalmente a nível do Tribunal antes de exercer os seus poderes de clemência.
"Eu ordenei a sua libertação por razões humanitárias", precisou o chefe de Estado malawí.