Agência Panafricana de Notícias

Governo reconhece anomalias nas eleições legislativas na Guiné

Conakry, Guiné (PANA) - O Governo guineense anunciou quarta-feira concordar com o comité técnico de acompanhamento das eleições legislativas que denunciou falhas e outras disfunções durante o escrutínio de 28 de setembro, que se tornou no pomo de discórdia entre o poder e a oposição.

Segundo o porta-voz do Governo, Albert Damatang Camara, a Coligação do Povo da Guiné (RPG, no poder) foi o primeiro partido político a denunciar fraudes em algumas das 38 circunscrições eleitorais e informou o Tribunal Supremo, única instância capaz de estutuir sobre os litígios.

"Reconhecemos com o comité técnico de acompanhamento que irregularidades tiveram lugar em oito das 38 circunscrições eleitorais", disse, precisando que duas foram atribuídas à RPG, duas outras à União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG) de, Cellou Dalein Diallo, e quatro à União das Forças Republicanas (UFR), de Sidya Touré, para a conta do escrutínio uninominal.

O ministro, que falava à rádio nacional, exortou os atores a recorrer ao Tribunal Supremo, mas a oposição alega que esta jurisdição é "parcial" e decidiu não recorrer a ela.

A oposição, que deixou a mesa das discussões do comité técnico de acompnhamento dirigidas pelo facilitador internacional, Said Djinitt, igualmente representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas na África Ocidental, exige ainda "a anulação pura e simples" do escrutínio.

Djinitt e os seus colegas do comité técnico de acompanhamento composto por membros do sistema das Nações Unidas, pelos embaixadores dos Estados Unidos, da União Europeia (UE), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Organização Internacional da Francofonia (OIF), encorajam todos a recorrer às vias legais de recursos para evitar violências pós-eleitorais.

Os líderes políticos da oposição intervêm regularmente nas rádios comunitárias onde eles fazem violentas acusações contra o poder e a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), instada pelo comité técnico de acompanhamento a corrigir as anomalias e a fornecer clarificações aos partidos políticos.

O primeiro imame da grande mesquita de Conakry, El hadj Mamadou Saliou Camara, criticou "os líderes que apelam à violência e exorto os fiéis a não seguir os seus maus conselhos".

A igreja denunciou igualmente os apelos à violência "que não vão resolver nada neste país que sofreu demasiado" e insta as populações à clama e à contenção, precisando que "os erros deverão ser corrigidos pelo Tribunal Supremo".

-0- PANA AC/TBM/MAR/TON 09out2013