Agência Panafricana de Notícias

Governo nigerino quer estabelecer diálogo político

Niamey- Níger (PANA) -- O Governo do Níger fará tudo "para que o diálogo prossiga e dê resultados razoáveis", disse segunda-feira em Niamey o ministro nigerino da Comunicação e porta-voz do Governo, Kassoum Mahamane Moctar.
Reagindo a uma declaração da Coordenação das Forças para a Democracia e República (CFDR, oposição) divulgada domingo e que responsabiliza o campo presidencial pelo fracasso do diálogo, Moctar indicou que "a democracia será preservada e perpetuada".
No entanto, após ter sublinhado que nada se fará fora do quadro da VIª República, o governante nigerino anunciou que o Governo estava a analisar as propostas de saída de crise feitas pelo medianeiro prometendo dar respostas de "maneira responsável, isto é, disse, preservando o interesse da nação e das populações".
Ao deixar Niamey, sexta-feira, o medianeiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e ex-Presidente da Nigéria, o general Abdulsalami Abubakar, propôs um roteiro que prevê o estabelecimento duma transição conducente à organização de eleições autárquicas, legislativas e presidenciais.
Os dois campos deverão transmitir por escrito à mediação suas observações e propostas em relação a este roteiro até a 28 de Janeiro para permitir a retomada do diálogo a 3 de Fevereiro próximo.
Para a maioria dos observadores da situação política nigerina, este roteiro esbarra contra as posições do campo presidencial que não encara nada fora da Constituição da VIª República, adoptada durante o referendo controverso de 4 de Agosto de 2009.
Por conseguinte não encontram nenhuma saída para este diálogo atendendo às posições tomadas por uns e por outros.
A oposição exige um regresso puro e simples à legalidade constitucional, isto é à Constituição da Vª República, pondo em causa a VIª República e todas as instituições que a incarnam.
Apesar das ameaças da comunidade internacional, o chefe de Estado nigerino, Mamadou Tandja, implementou o seu projecto de se manter no poder, organizando consecutivamente um referendo constitucional, eleições legislativas e, recentemente, eleições autárquicas e locais.