Agência Panafricana de Notícias

Governo nigeriano instado a amnistiar membros de seita islamita Boko Haram

Lagos, Nigéria (PANA) - O chefe espiritual dos muçulmanos da Nigéria sugeriu ao Governo Federal do seu país para amnistiar todos os membros da seita islamita Boko Haram a fim de os levar a cessar a violência que já fez mais de três mil mortos desde 2009.

"Queremos aproveitar esta ocasião para pedir ao Governo, nomeadamente ao Presidente (Goodluck Jonathan), para ver como seria possível decretar uma amnistia total para todos os combatentes (de Boko Haram) sem hesitar, o que fará de qualquer outra pessoa que tomar armas um criminoso", disse o sultão de Sokoto (norte), Alhaji Sa'ad Abubakar III, citado quarta-feira pela imprensa local.

"Se a amnistia for decretada, ela vai beneficiar os jovens que fugiram e vivem na clandestinidade. Alguns denre eles já manifestaram a vontade de se arrepender", acrescentou.

"Mesmo se uma única pessoa denunciar o terrorismo, é o dever do Governo aceitar esta pessoa e ver como ela pode ser utilizada para contactar as outras. Cabe ao Governo utilizar esta pessoa, avaliá-la e verificar se ela disse a verdade ou não", indicou o sultão.

Segundo algumas fontes, este apelo segue-se à amnistia concedida em 2009 aos combatentes da causa do Delta do Níger e que permitiu restaurar a paz nesta parte do país.

A Associação Cristã da Nigéria (CAN) denunciou este apelo que. a seu ver, significa que o dignitário conhece os membros de Boko Haram.

"O Sultão conhece provavelmente os membros de Boko Haram. Se pedir a amnistia para eles, isto mostra que ele os conhece pois não se pode pedir a amnistia para pessoas que não se conhece", disse o secretário-geral da CAN, Musa Asake, numa entrevista divulgada quarta-feira pelo Punch (diário privado).

O Presidente Goodluck Jonathan considerou a seita de Boko Haram como uma organização "sem rosto" e pediu aos seus membros para comprovar que querem dialogar com o Governo.

-0- PANA SEG/FJG/AAS/CJB/DD 06mar2013