Governo líbio acusa marechal Haftar de sabotar cessar-fogo
Tripoli, Líbia (PANA) - O chefe da delegação das forças do Governo líbio às reuniões do Comité Militar Conjunto 5+5, general Ahmed Abu Shahma, disse que a proposta "prática" para acabar com os combates no país apresentada pela sua equipa que não teve sucesso devido à "intransigência" do campo rebelde do marechal Khalifa Haftar.
Segundo ele, a proposta foi discutida com a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL), que supervisionou as negociações e fez algumas modificações.
Num comunicado divulgado segunda-feira à noite, o general Abu Shahma disse que o campo do Governo "negociou um cessar-fogo em toda a Líbia, incluindo a retirada das forças, o regresso dos deslocados e o fim do derramamento de sangue entre os Líbios".
Ele disse que o "outro lado" insistiu que as áreas residenciais palco de confrontos não devem ser desmilitarizadas, acrescentando que "nós não aprovamos nem assinamos a proposta apresentada".
A MANUL anunciou o fim da primeira ronda de conversações do Comité Militar Misto "5+5", em Genebra, que iniciou os seus trabalhos na passada segunda-feira, na sede das Nações Unidas, na presença e com a participação do representante especial do Secretário-Geral e chefe da MANUL, Ghassan Salamé.
Ele anunciou que os dois lados não chegaram a um acordo total sobre as melhores formas de restabelecer a normalidade nas áreas de confronto, apesar do seu acordo sobre a necessidade de acelerar o regresso das pessoas deslocadas às suas casas, particularmente nas áreas de confronto.
A MANUL propôs 18 de fevereiro como data para uma nova ronda de negociações entre as duas partes, declarando que reconhecem a necessidade de continuar as negociações a fim de alcançar um acordo de cessar-fogo abrangente.
O trabalho do Comité Militar representa uma das três pistas em que a MANUL está a trabalhar, para além das vertentes económicas e políticas.
-0- PANA BY/JSG/CJB/IZ 11fev2020