Agência Panafricana de Notícias

Governo gambiano interpelado sobre Gambianos repatriados dos Estados Unidos e da Europa

Banjul, Gâmbia (PANA) - O secretário-geral do Congresso Moral da Gambiana (GMC, sigla em inglês) e líder da oposição critica postura do Governo pela forma como os Gambianos são repatriados dos Estados Unidos e da Europa, em flagrante violação dos direitos humanos e do direito internacional.

Numa entrevista sexta-feira à PANA, Ahmad Mai Fatty questiona a posição do Governo quando os seus cidadãos, que têm propriedades e crianças nesses países, são repatriados.

"O repatriamento em si não está em causa. Como país soberano, a Gâmbia também repatria os cidadãos de outros países ... Enquanto ex-ministro do Interior, entendo bem da matéria. Como ministro do Interior, eu deveria assinar uma ordem de repatriamento em conformidade com o direito e a lei", sugeriu.

"Não estamos pomos em causa o repatriamento pelos Estados Unidos de outros cidadãos mas estamos contra a maneira como os nossos concidadãos são expulsos dos Estados Unidos. Raio o parta! São seres humanos!", indignou-se Fatty.

Ele implora ao Governo gambiano para discutir com os Estados Unidos sobre esse assunto, a fim de que os bens dos Gambianos repatriados sejam cuidadosamente recolhidos e devolvidos aos seus proprietários, para que, frisou, eles possam usufruir dos mesmos uma vez de volta à casa.

"Eles passaram vários anos da sua vida, cerca de 20 a 30 anos, nos Estados Unidos. Pagaram impostos, contribuíram para a economia americana", acrescentou.

Os Estados Unidos expulsaram, na semana passada, mais de 40 Gambianos, declarando-se ainda prontos para repatriar pelo menos 50 outros, segundo algumas informações a que a PANA teve acesso.

-0- PANA MSS/MA/NFB/JSG/DIM/DD 24março2018