PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Governo explica aprendizagem do português como língua segunda em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - A introdução da abordagem de aprendizagem de língua portuguesa como língua segunda não tem nenhuma conotação depreciativa e não mexe no princípio constitucionalmente consagrado do português como língua oficial”, esclareceu o Governo cabo-verdiano num comunicado.
Nesta nota emitida terça-feira, o Executivo esclareceu esta polémica ocorrida na sequência das declarações proferidas duas semanas antes pela ministra cabo-verdiana da Educação, Maritza Rosabal, segundo as quais, a partir do próximo ano letivo, o português vai ser ensinado como língua segunda no país.
De acordo com o Governo, a abordagem de aprendizagem de língua portuguesa como língua segunda, “valoriza a língua através de métodos de aprendizagem cientificamente comprovados como sendo mais eficazes”.
A nota recorda que, atendendo ao quadro linguístico cabo-verdiano, no qual “os falantes não dominam a língua portuguesa com a mesma competência e fluência com que dominam o crioulo”, a Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada em 1990, definiu, entre outros, o objetivo de “promover a utilização adequada da língua portuguesa, como instrumento de comunicação e estudo”.
O comunicado lembra, ainda, que a Portaria n.º 53/93 de 06 de setembro, publicada no BO n.º 23, define, no seu artigo 4.º, que “A metodologia adotada encara a língua portuguesa como língua segunda, deve dar tratamento científico às interferências linguísticas e ao erro, pelo recurso adequado e oportuno à Língua Materna”.
A nota salienta também que vários estudos sobre esta problemática, elaborados nas instituições de formação e investigação cabo-verdianas, orientaram a política e a praxis educativa no sentido de se valorizar o ensino da língua portuguesa, com a aplicação de uma metodologia de abordagem do processo de ensino aprendizagem, como língua segunda.
“Essa orientação tem sido sustentada por conceitos consagrados internacionalmente na produção científica dedicada à aprendizagem de línguas não-maternas, que beneficiam do estatuto privilegiado de língua oficial e são línguas da escolarização a todos os níveis de ensino. Este é o caso de Cabo Verde”, sustenta o Governo.
O Comunicado indica ainda que a implementação dessa abordagem metodológica devia ser acompanhada de ações de formação de docentes, e de produção de materiais didático pedagógicos adequados.
Porém, acrescenta o texto, as medidas que se impunham foram sendo sistematicamente proteladas, pelo que se continuou a ensinar o português como se fosse a língua materna, com consequências negativas nos resultados dos nossos estudantes.
O que pretende o Governo é reverter este quadro, ao introduzir a abordagem metodológica da língua portuguesa como língua segunda nos processos de ensino e de aprendizagem, a partir da educação pré-escolar.
“A finalidade dessa opção é que os estudantes desenvolvam as competências linguísticas e o domínio pleno da língua portuguesa. Ao mesmo tempo, visa contribuir para a melhoria dos resultados das aprendizagens em todas as áreas”, precisa o comunicado.
O esclarecimento do Executivo cabo-verdiano surge duas semanas após o anúncio feita pela ministra da Educação que gerou polémica em Cabo Verde, sobretudo nas redes sociais, blogues e outros fóruns de opinião.
-0- PANA CS/DD 21dez2016
Nesta nota emitida terça-feira, o Executivo esclareceu esta polémica ocorrida na sequência das declarações proferidas duas semanas antes pela ministra cabo-verdiana da Educação, Maritza Rosabal, segundo as quais, a partir do próximo ano letivo, o português vai ser ensinado como língua segunda no país.
De acordo com o Governo, a abordagem de aprendizagem de língua portuguesa como língua segunda, “valoriza a língua através de métodos de aprendizagem cientificamente comprovados como sendo mais eficazes”.
A nota recorda que, atendendo ao quadro linguístico cabo-verdiano, no qual “os falantes não dominam a língua portuguesa com a mesma competência e fluência com que dominam o crioulo”, a Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada em 1990, definiu, entre outros, o objetivo de “promover a utilização adequada da língua portuguesa, como instrumento de comunicação e estudo”.
O comunicado lembra, ainda, que a Portaria n.º 53/93 de 06 de setembro, publicada no BO n.º 23, define, no seu artigo 4.º, que “A metodologia adotada encara a língua portuguesa como língua segunda, deve dar tratamento científico às interferências linguísticas e ao erro, pelo recurso adequado e oportuno à Língua Materna”.
A nota salienta também que vários estudos sobre esta problemática, elaborados nas instituições de formação e investigação cabo-verdianas, orientaram a política e a praxis educativa no sentido de se valorizar o ensino da língua portuguesa, com a aplicação de uma metodologia de abordagem do processo de ensino aprendizagem, como língua segunda.
“Essa orientação tem sido sustentada por conceitos consagrados internacionalmente na produção científica dedicada à aprendizagem de línguas não-maternas, que beneficiam do estatuto privilegiado de língua oficial e são línguas da escolarização a todos os níveis de ensino. Este é o caso de Cabo Verde”, sustenta o Governo.
O Comunicado indica ainda que a implementação dessa abordagem metodológica devia ser acompanhada de ações de formação de docentes, e de produção de materiais didático pedagógicos adequados.
Porém, acrescenta o texto, as medidas que se impunham foram sendo sistematicamente proteladas, pelo que se continuou a ensinar o português como se fosse a língua materna, com consequências negativas nos resultados dos nossos estudantes.
O que pretende o Governo é reverter este quadro, ao introduzir a abordagem metodológica da língua portuguesa como língua segunda nos processos de ensino e de aprendizagem, a partir da educação pré-escolar.
“A finalidade dessa opção é que os estudantes desenvolvam as competências linguísticas e o domínio pleno da língua portuguesa. Ao mesmo tempo, visa contribuir para a melhoria dos resultados das aprendizagens em todas as áreas”, precisa o comunicado.
O esclarecimento do Executivo cabo-verdiano surge duas semanas após o anúncio feita pela ministra da Educação que gerou polémica em Cabo Verde, sobretudo nas redes sociais, blogues e outros fóruns de opinião.
-0- PANA CS/DD 21dez2016